Re-shore: novo movimento da indústria da moda.

Significa retornar a produção para o país de origem das marcas, proposta que está em estudo pelo governo britânico como estímulo ao crescimento econômico.

Na década de 80 do século passado, virou febre o off-shore industrial, pelo qual empresas de inúmeros setores, moda incluído, fecharam suas fábricas para produzir em países com mão-de-obra abundante e, portanto, barata. Quando o mundo pressiona por mudanças em segurança e melhores salários motivado pelas seguidas tragédias em Bangladesh, pelas denúncias de crimes ambientais e trabalho infantil na China, as empresas começam um movimento pelo re-shore, ou seja, retomar as atividades industriais para o país de origem, com projetos incentivados pelo próprio governo, como o do Reino Unido.

O primeiro-ministro David Cameron acenou na recente cúpula de Davos, que estuda o re-shore como medida de estímulo ao crescimento econômico. Entre os exemplos citados pela imprensa internacional está o de uma pequena marca de roupas de apelo ecológico chamada Rapanui. Os irmãos que são sócios anunciaram que vão transferir da Índia para a pequena ilha de Wight, na costa inglesa onde fica a sede da empresa, toda a parte de confecção, estamparia e bordados. Começam por uma linha de serigrafia para ser aberta em março. O algodão orgânico continuará ser comprado da Índia, avisa a marca.

Atualmente, a Rapanui mantém dez empregados na sede em Wight. A previsão é dobrar o quadro com as atividades industriais no prazo de três anos, contratando jovens da ilha, dizem os irmãos, repetindo o discurso de que fazem o investimento de quase US$ 165 milhões para movimentar a economia local e não porque aumentaram os custos para produzir em países pobres. É um movimento bastante similar ao registrado em 2013, nos Estados Unidos, com os esforços de marcas para recuperar Los Angeles, como pólo da cadeia do jeans, mediante investimentos para montar plantas de costura e lavanderia.