De propriedade dos principais acionistas da Americanas, a 3G Capital ofereceu US$9,4 bilhões pela marca de tênis da Califórnia.

Em movimento que surpreendeu o mercado, a Skechers anunciou no início da semana que aceitou ser comprada pela 3G Capital, empresa de investimentos de propriedade do trio brasileiro de empresários – Jorga Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, principais investidores individuais da Americanas. A transação está estimada em US$9,4 bilhões, com a 3G Capital fazendo a oferta de pagar US$63 por ação da Skechers, representando prêmio de 30% sobre o preço médio de 15 dias das ações da empresa.
Conforme o comunicado à imprensa, a transação tem previsão de concluir no terceiro trimestre de 2025. Concluída, a Skechers deixará de ter ações negociadas em bolsa.
A Skechers obteve receita de vendas de US$8,9 bilhões em 2024, valor que coloca a empresa como a terceira maior marca de tênis do mundo. Mas que fica bem atrás dos dois maiores. Em 2024, a líder Nike faturou US$ 51 bilhões e a Adidas, 24,7 bilhões.
Do total da receita da Skechers de 2024, 62% correspondem a vendas internacionais, informa o balanço financeiro da companhia. Ao todo, comercializou 297 milhões de pares de calçados, para homens, mulheres e crianças, a maior parcela vendida na China. A incerteza sobre o rumo do tarifaço do governo Trump pode ter impulsionado a negociação com a 3G Capital, diz o noticiário internacional.
No mundo, a marca de tênis conta com 5,3 mil lojas, das quais apenas 15 no Brasil, além das revendas.
Comprada a Skechers, a 3G Capital diversifica o portfólio de investimentos, hoje bastante concentrado em varejo e em indústrias de bebidas e alimentos.
CONFORTO E PREÇO
“Nas últimas três décadas, a Skechers experimentou um crescimento extraordinário”, declarou por comunicado Robert Greenberg, de 85, fundador e CEO da companhia e que permanecerá no cargo, assim como o filho dele Michael Greenberg, presidente da empresa.
A Skechers ganhou mercado investindo em tecnologia de tênis confortáveis, com muitos modelos sem cadarço, e preços bem mais baixos que seus dois principais concorrentes. Para analistas de mercado, a companhia sinalizou que projeta alcançar US$10 bilhões de receita em 2026.
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