A peruana Rey avança no mercado de zíperes

Novata no Brasil, a empresa projeta negócios locais avaliados em R$ 30 milhões para o próximo ano.

Em três anos, o fabricante peruano Zíper Rey abocanhou fatia expressiva do mercado brasileiro de zíper para jeans. Se em 2011, primeiro ano de operação efetiva no Brasil, a empresa faturou R$ 1,44 milhão, a expectativa é encerrar 2013 com R$ 15 milhões em vendas, dez vezes mais que o início e depois de ter faturado R$ 4,5 milhões no segundo ano. Segundo Márcio de Almeida, engenheiro e administrador de empresas que conduz os negócios da empresa no país, as projeções para 2014 indicam que seja possível manter o ritmo de crescimento em três dígitos, para atingir R$ 30 milhões.

“Temos outros segmentos para explorar”, diz o executivo. Apesar de o portfólio da Rey no país de origem ser bem extenso, para o Brasil as vendas estão concentradas na linha de zíperes para jeans por intermédio da Amazonzip, distribuidora criada em 2010 para comercializar exclusivamente os produtos da Rey no mercado brasileiro, mas, os primeiros negócios decolaram mesmo a partir de 2011. No Peru, a Rey fabrica zíperes para a indústria automobilística; fábricas de colchões e de embalagens para travesseiros e edredons; fabricantes de malas, carteiras, mochilas e bolsas, botas e calçados. “Fora outros setores do segmento têxtil que usam zíper – jeans é apenas um deles”, reforça Almeida. Também produz cinta e fitas elásticas (usadas principalmente em cuecas), além de etiquetas.

Zíper é, porém, o carro-chefe da empresa criada há 65 anos no Peru e que mantém fábrica também na Colômbia. Dos US$ 45 milhões apurados em média, por ano, 70% correspondem a vendas de zíperes. Sobre o desempenho notável no mercado brasileiro, Almeida avalia que a forma de atuar esteja fazendo a diferença. “Primeiro optamos por só trabalhar no segmento de jeans, e apenas com zíper de braguilha. Fizemos isso para marcar a diferença e, no momento em que você marca a diferença, pode ampliar a atuação, começando a introduzir outros produtos”, afirma o gerente geral da Amazonzip.

Ele acrescenta outros fatores: a qualidade dos zíperes que vende e o preço agressivo – entre 10 e 15% a menos, no caso de produtos top de linha. Também aponta a abordagem de mercado como outro diferencial. “Optamos pela transparência, de levar conceito técnico e não de moda para os clientes”, enfatiza. Assim, diz, a equipe de vendas explica ao cliente por que os preços de zíper de latão podem variar. “A quantidade de cobre presente na composição metálica é que determina o preço. Quanto mais cobre, e menos zinco, mais caro será o zíper e mais resistente a lavagens agressivas. Dessa forma, fica tangível para o cliente porque um zíper é mais caro e outro mais barato”, explica.

Metade do faturamento no Brasil é obtido com vendas para marcas e confecções do estado de São Paulo, com grande participação do Brás, afirma Almeida. A outra metade é comercializada em outros pólos de produção de jeans. Atualmente, a Rey conta no Brasil com 30 representantes comerciais, dez deles apenas em São Paulo. Os zíperes são todos importados do Peru e, no curto prazo, não há planos de produção local. Chegam via o porto do Paraná, onde a empresa mantém um escritório; o outro fica no Brás.

Também opera estoque local de, no mínimo, três meses, “para cobrir qualquer eventual problema de importação”, observa Almeida. Ele diz que a medida representa um investimento grande porque, mais recentemente, o mercado brasileiro passou a operar com 18 medidas diferentes de zíperes – que podem variar de três a 20 centímetros. Até um ano atrás, eram seis medidas padronizadas – quatro, seis, oito, dez, 12 e 15 cm.