E 86% dos consumidores estão insatisfeitos com os modelos que encontram nas lojas, diz pesquisa do Sebrae.
Adultos acima do peso enfrentam dificuldade para encontrar no Brasil roupas tamanho GG, que vestem do 46 para cima. Foi o que declararam 71% de pessoas com esse perfil ouvidas em pesquisa realizada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). E o mais preocupante é que 86% delas afirmam que não estão satisfeitas com aquilo que encontram. Têm dificuldade para comprar vestido de festa (59%), calças (56%) e lingerie (49%).
Não são consumidores eventuais. Compram roupas mensalmente 38% dos entrevistados e quando compram 52% deles usam lojas de departamento, aponta o estudo do Sebrae, desenvolvido para detectar oportunidades de negócios para micro e pequenas empresas no segmento de roupas tamanho GG. Os dados também serviram de apoio para o fórum realizado pela entidade para discutir a chamada moda plus size.
O primeiro encontro juntou empresários e especialistas na capital paulista em 1º de julho. Outros dois encontros serão promovidos em Fortaleza (CE), previsto para 30 de setembro, e Campo Grande (MS), programado inicialmente para 5 de novembro. A pesquisa cita dados da Abravest (Associação Brasileira do Vestuário) para dimensionar o mercado nacional de roupas GG. Movimentaria R$ 5 bilhões por ano, com crescimento estimado em 6%.
O Sebrae ainda se baseia em dados do Iemi – Inteligência de Mercado que apontaria para 498 confecções que desenvolveram linhas para tamanhos grandes no mercado brasileiro. Sem informar valores absolutos, o relatório da pesquisa afirma que 17,7% das lojas do varejo de moda do Brasil vendem roupas em tamanho grande, sendo que apenas 3,5% delas são especializadas em moda plus size, destacando as oportunidades que poderiam ser exploradas pelas empresas menores.
Do ponto de vista do público consumidor, o contingente não é pequeno. Em menos de uma década, aumentou e muito a parcela da população brasileira que está acima do peso. Pouco mais de 52% dos brasileiros estão acima do peso e 17% deles, com mais de 18 anos, já são considerados obesos.