Na festa para comemorar meio século, o fabricante estimou que uma a cada quatro calças é produzida com denim da empresa no Brasil.
Ao celebrar os 50 anos, a Canatiba fez do evento de lançamentos de coleção uma festa. Diante da plateia, o fabricante estimou que uma a cada quatro calças é produzida com denim da empresa no Brasil. Esse volume levaria a companhia a deter 25% do mercado interno. Para sustentar essa participação, opera três plantas fabris que juntas consolidam um parque de 700 teares modernos. São 2,5 mil funcionários e 2 mil empresas na carteira de clientes. Além do Brasil, exporta artigos para 17 países, aponta o balanço de meio século.
No início em 1969 a tecelagem que funcionava como facção para outras indústrias em São Paulo. E desde então a história é marcada por ciclos de transformação. Já com marca própria decidiu passar a produzir tecidos de camisaria, para moda feminina e até tapeçaria. Começou com 12 teares mecânicos e lançadeiras manuais, lembra em depoimento gravado para o evento Romeu Covolan, diretor presidente da empresa e também o principal responsável principal pela área industrial e de desenvolvimento de produtos.
Uma década depois, o fabricante dá nova uma guinada de negócios. Em 1980, com a inauguração da unidade Guaicurus passa a se dedicar integralmente à produção de denim. Para se diferenciar da concorrência interna abraçou o denim com elastano para o qual, na época, o mercado torcia o nariz. Coube ao irmão Darci, diretor comercial, convencer marcas e confecções de que se tratava de uma nova geração de tecidos elastizados.
A estratégia funcionou. Duas décadas depois, em 2000, a Canatiba abriu a segunda planta, a unidade Tupi, e dez anos depois, a Goitacás. Em 2015, inaugurou CD com estoque de artigos para reposição automática.
Convidado a pensar os próximos 50 anos da Canatiba, Darci em mesa redonda ao lado do filho Fábio, e do presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções), Fernando Pimentel, deu uma receita simples para uma tarefa complexa. “Muito trabalho e muito esforço, sem deixar de fazer o que for necessário para atender os clientes”.
MUDANÇAS NA FORMA DE AGRUPAR PRODUTOS
A Canatiba mantém uma linha especial de artigos batizada de Éko. Sob essa marca sem desdobramentos agrupou todos os tecidos que passam por processo de tingimento com redução de químicos e água. Também dela constam produtos com tingimento índigo sem anilina, como o lançamento Amazon. Além das bases produzidas com fibras recicladas, biodegradáveis e certificadas, como o liocel da Lenzing. ”Todos serão identificados por uma etiqueta só, desenvolvida com foco no consumidor”, explica Fábio Covolan, diretor de marketing do fabricante.
Entre os lançamentos da linha, ele aponta ainda o Baguta, um denim leve com trama de linho, e o Sedusa Silk, com fundo tinto em corante reativo que recebe cobertura de resina metalizada sem perder o toque macio.
Sob a marca MegaFlex ficam todos os tecidos elastizados, incluindo o denim malha, que nesta coleção foi ampliado com bases leves e construções soltas. É o caso do Tribo Street Denim Blue de 7,5oz, largura 1,65 metro, estiramento de 10%, com mistura de 81% algodão, 17% poliéster e 2% de elastano.
Foram ampliadas as linhas Couture, de denim voltado para alfaiataria, e Couture Print, variações estampadas. Foi criada a linha Laundry Lab, que reúne artigos de apelo comercial e versatilidade em lavanderia. E a linha Tailoring lançada na coleção passada, de tecidos que dispensam efeitos de lavanderia, ganhou nesta coleção bases que se parecem com denim e mais pesadas.
Para marcar essa nova divisão, o fabricante convidou estilistas brasileiros a dar a interpretação deles. Para a Éko Sustainable Denim, o convidado foi João Pimenta. A versão em Couture coube a Helena Machado. A fim de mostrar a Couture Print assinam Milton M. Filho e Marcelu Ferraz da ‘Você simples assim….’ . A Tailoring coube à Heloísa Faria.