Outra frente em avaliação é aumentar o volume atual de produção de denim.

Concluído o ciclo de investimento de cinco anos em modernização industrial, que consumiu R$30 milhões, e de revitalização de marca, a Capricórnio pretende mergulhar em nova fase de crescimento. São dois caminhos em avaliação. Em um dos cenários, a Capricórnio estuda iniciar
a produção de denim color para moda.Um segundo caminho em análise avalia aumentar o volume atual de produção, situado em 4,7 milhões de metros de denim por mês, aponta João Bordignon, diretor de marketing da empresa em entrevista exclusiva ao portal de notícias GBLjeans.
Qualquer um dos cenários que a Capricórnio estuda exigirá investimentos na compra de máquinas e estrutura, com recursos a serem tomados em linha de financiamento de mercado. A produção de denim color implicaria a construção de uma fábrica exclusiva.
A decisão entre os acionistas avança para ser anunciada no segundo semestre de 2021. Seja aumento de produção ou diversificação de segmento de produto, a nova fase da empresa que completa 75 anos em 2021 entrará em operação a partir de 2023.
O diretor não descarta o que chama de “crescimento inorgânico” para diversificação de segmento, ou seja, comprar a fábrica de um concorrente. No entanto, considera esse caminho mais difícil pela própria cultura da empresa. “Não é nosso DNA”, alega.
EMPRESA ENXUTA
Conforme Bordignon, a Capricórnio estuda crescer sem abrir mão das características de empresa enxuta. Faturou R$375,3 milhões em 2020, com uma equipe de pouco mais de 700 funcionários e duas fábricas, localizadas no interior de São Paulo.
A planta maior fica em São Carlos e a outra em Bragança Paulista, fábrica que recentemente passou por obras de renovação aproveitando a troca de teares.
Também está nos planos dos próximos dois anos, o movimento da companhia em direção ao mercado internacional.
Hoje a participação das vendas externas é bem pequena, concentrada em distribuidores que escoam para os mercados de Argentina, Colômbia e Bolívia, conta o diretor.
LINHA ECO
Em outubro, no próximo lançamento, ele prevê a expansão da linha Eco Denim com um tecido que terá “fibras diferenciadas” na composição, antecipa, sem dar detalhes.
Lançada em maio, a Eco Denim nasceu com cinco produtos. “Todos com algum atributo de sustentabilidade”, diz Bordignon.
O Cipó é produzido com fio feito a partir de aparas têxteis recicladas da produção de confecções de roupas. O fio é fornecido por um parceiro industrial com fábrica no Rio Grande do Sul.
O Luna tem 75% de liocel na composição e 25% de algodão, considerado denim de camisaria. O Pinus usa poliéster com tecnologia Repreve, produzido com material feito de plásticos usados e descartados.
Pequi e Sucupira contam com processo de tingimento desenvolvido para facilitar a marcação do tecido por laser em lavanderia.
AUMENTO DE RECEITA
Em maio, a Capricórnio anunciou a meta de aumentar a receita em 2021. A intenção é crescer 53%, para atingir R$572,6 milhões de faturamento.
Bordignon projeta um segundo semestre melhor do que foi o primeiro, que já foi bom, garante. O desempenho pode ser afetado por eventual falta de matéria-prima, como elastano e liocel, fios que têm sido pressionados pela alta da demanda global, analisa.