Sem a volta completa do combustível nos postos, os consumidores sumiram das lojas de varejo fazendo as vendas despencarem
No 9º dia de greve dos caminhoneiros, a situação do varejo de moda piorou muito, afirma Edmundo Lima, diretor executivo da ABVTex (Associação Brasileira do Varejo Têxtil). Caiu drasticamente o fluxo de clientes nos centros comerciais, tanto de rua quanto em shopping centers, devido às dificuldades de locomoção, seja por falta de combustível seja pela redução da frota de ônibus urbana de várias cidades do país. “As vendas estão num patamar muito baixo”, lamenta o diretor. Isso por um lado compensou a falta de reposição de estoques.
Na origem, a situação é outra. De acordo com Lima, já há centros de distribuição de varejistas que suspenderam as atividades porque não recebem mercadorias nem podem enviar produtos estocados para as lojas. Muitos varejistas têm ainda caminhões carregados parados nas estradas sobretudo em direção ao nordeste. Na avaliação da entidade, o semestre do varejo de moda poderá ficar ainda mais comprometido porque se a greve terminar esta semana, na época em que os varejistas conseguiriam normalizar as entregas para as lojas vai começar a Copa do Mundo. “É um evento que costuma afastar os clientes das compras de itens de moda”, acrescenta Lima.
ATIVIDADES SUSPENSAS
Monitorando de perto os reflexos da greve sobre os negócios do setor, ele informa relatos de fornecedores, especialmente da área de vestuário, que deram férias coletivas esta semana, porque os funcionários não conseguem chegar e porque estão sem matéria-prima para produção. O GBLjeans encontrou lavanderias, do interior de São Paulo e de Santa Catarina, que dispensaram os funcionários nessa terça-feira, 29 de maio, mantendo em atividade apenas a recepção.
Muito lentamente os postos voltam a ter combustíveis. De acordo com nota da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes), na segunda-feira, 28 de maio, a atualização mais recente, a situação de reabastecimento ainda era precária, com entregas pontuais, muitas ainda sob escolta da polícia militar, e mais localizadas na região nordeste.