A estratégia de Nelson Alves, que foi diretor industrial da Carmim por 18 anos, é criar células de produção PL de, no máximo, 15 mil peças diferenciadas por mês.
Depois de atuar como diretor industrial da Carmim por 18 anos, Nelson Alves se desligou do dia a dia da marca há cerca de um ano e meio, porém, mantém o vínculo com a empresa como fornecedor de PL (private label). Começou com a Jimmy, fábrica instalada em Itanhandu, no sul de Minas Gerais, na mesma cidade em que ergueu a segunda unidade de produção, que deverá entrar em operação em fevereiro do ano que vem, com investimento em torno de R$ 800 mil.
“Minha intenção é ser um PL diferenciado do que existe atualmente no mercado. Faço o desenvolvimento das coleções, pesquisa de mercado, tenho modelagem de qualidade, parte de corte, costura, lavanderia, acabamento, produção de mostruário e entrego o produto pronto e embalado. Não quero ser mais um”, afirma Nelson, como é mais conhecido no mercado. A estratégia dele é montar células de produção para marcas de jeans, sua especialidade, próximas umas da outras, com capacidade instalada ao redor de 15 mil peças por mês cada uma, nas quais trabalhem de 70 a 80 funcionários.
A Jimmy atende a Carmim e a BeLoved, marca de jeans feminino que estréia no mercado com a coleção de verão. A segunda fábrica chamada de Trama e Urdume, erguida em área de 2,8 mil metros quadrados, em terreno cedido pela prefeitura de Itanhandu, já está com as obras civis praticamente concluídas para receber os equipamentos. A expectativa é que comece a operar em seis meses e, provavelmente, ficará dedicada a uma marca de fora, com operação no Brasil, que decidiu ter produção local de jeans.
Para oferecer especialidades como PL, a Jimmy investiu em uma linha de costura de jaquetas de denim, produção que praticamente não existia mais no Brasil, e de calças chino com bolso embutido. “Só para fazer esse bolso importei máquina que custou US$ 85 mil”, salienta o empresário. A Jimmy existe há 18 anos e era fornecedora da Carmim. Nelson comprou a fábrica e investiu na ampliação de capacidade dela de 3 mil para 15 mil peças por mês, com a parte de lavanderia sendo terceirizada. Ele também começa a avaliar a construção de uma terceira fábrica na cidade em 2016.
Aos 64 anos, Nelson alterou o curso da vida profissional. Em vez de reduzir a carga de trabalho, como insistia a família, ele vem acelerando, e se mostra feliz com a rotina de trabalhar três dias por semana em Minas, dois em São Paulo e passar os finais de semana no Rio de Janeiro, onde mora. “Estou aplicando na minha fábrica tudo àquilo que eu doutrinava em sala de aula no Senai/Cetiqt (onde foi professor por alguns anos). Os salários também são maiores que a média estadual, o que garante falta de rotatividade de funcionários”, ressalta.
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