Jovem confecção paulistana aposta na venda porta-a-porta

SN9 Jeans faz da revenda em empresas sua estratégia de comércio

A prática comum de levar uma mala com roupas para vender em empresas faz parte do plano estratégico da SN9 Jeans, microempresa localizada na Zona Leste de São Paulo. Os irmãos Berto Santos, Nelson e Sérgio, possuíam uma loja em Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, e há um ano se mudaram para a Capital paulista a fim de montar a confecção de calças jeans.

A empresa começou focada em tamanhos grandes, do 46 ao 54. Contudo, a demanda do mercado exigia tamanhos menores e eles ampliaram a fabricação para a partir do tamanho 38. Segundo Sérgio, apesar da experiência que têm no ramo de confecção, a competição é castradora. “Somos uma marca nova, os compradores ainda têm receio em relação à rotatividade das peças”, diz.

No primeiro ano de funcionamento, as lojas multimarcas (que o empresário chama de atacado) respondem pela maior parte das vendas da SN9. A outra parte corresponde às vendas que ele chama de varejo, feitas por meio de representantes, como acontece com empresas de cosméticos como a Natura e a Avon. “No varejo podemos vender as peças por um valor um pouco mais alto”, conta o proprietário.

As peças custam, em média, R$29,00 cada uma para o atacado e R$35,00, para o varejo. A produção mensal gira em torno de mil peças, e mais da metade vai parar em lojas que revendem. Contudo, a SN9 pretende aumentar a venda em varejo. “Hoje, os representantes vendem em grêmios de empresas ou para os amigos. A idéia é aumentar esse tipo de venda porque o pagamento é mais rápido. No atacado, o prazo para o pagamento chega a 90 dias”, conta o empresário.

Para cumprir esse objetivo, os irmãos correm atrás de empresas que contem com estrutura para permitir a visita de um de seus consultores. “Algumas demoram a responder, mas quando acontece o retorno é satisfatório”, avalia.

O empresário diz que as vendas no varejo são mais efetivas e aparentam ser uma opção mais adequada para esse começo em que o retorno do investimento inicial precisa ser rápido. No atacado, segundo Sérgio, a rotatividade também é boa, mas prefere ir devagar. “Estamos cautelosos. Somos pequenos ainda, não podemos correr muitos riscos”.

A abertura de uma loja, em função dos altos custos fixos, não está nos planos dos irmãos no curto prazo.

Na SN9, a fabricação das calças e todo o beneficiamento delas são terceirizados. Os irmãos coordenam uma equipe de cinco vendedores e um representante comercial. A empresa integra as 650 confecções que fazem parte do projeto os ’Quatro Cantos da Moda’, em que o Sebrae-SP oferece palestras e encontros a fim de organizar as micro e pequenas empresas do setor.