Com proposta de abrir quatro lojas, marca de moda feminina aguarda os primeiros três meses do governo para decidir o investimento
Os planos da MOB para 2019 estão cercados de cautela. Diante de propostas para expandir presença no varejo, com a abertura de quatro lojas em shopping centers, a marca de moda feminina adotou a prudência, mesmo com resultados positivos apurados em 2018. A decisão de inaugurar lojas ao longo do
ano depende se passam as reformas propostas pelo novo governo, sobretudo as que tratam da Previdência. “Se não passar, deixo minha empresa do tamanho que está”, resume Marcelo Dib, diretor da marca.
A MOB tem presença direta no varejo, operando 34 lojas físicas – 26 próprias, quatro franquias e quatro outlets – além do ecommerce. Também conta com canal de atacado, movimentado por negócios com 350 multimarcas. Para a coleção do inverno 2019, lançada ao varejo ontem, 11 de março, em desfile na capital paulista, espera bons resultados, especialmente se a partir de abril a temperatura começar a cair. Para o atacado, o lançamento da coleção foi no final do ano passado. Com três a quatro semanas de comercialização, os resultados se mostram bem parecidos com o início do inverno anterior, comenta Dib.
O empresário não informa valores absolutos. Diz somente que nos últimos dois anos, a empresa cresceu 10%. Desempenho relevante quando comparado com os resultados do mercado de vestuário no Brasil nesse período. Ele conta que no ano passado as vendas de seu canal de varejo avançaram 2%. Ele atribui esse avanço ao lançamento do ecommerce próprio no final de abril, cujos resultados ficaram acima das expectativas iniciais.
Dib também atribuiu a expansão das vendas no ano passado à abertura de mais duas lojas de outlet (uma no Outlet Premium e a outra no Catarina Fashion Outlet, ambas localizadas no interior paulista). As outras duas ficam na capital, uma no bairro do Itaim Bibi, e a segunda no Brooklin. Já o canal de atacado da marca sofreu mais e não apresentou crescimento. No segundo semestre, praticamente empatou com igual período de 2017,ressalta o diretor.
Nos últimos quatro anos a empresa mudou de estratégia para se adaptar aos novos tempos. Se em 2014 retomou à produção própria, modelo mantido até 2016, de lá para cá retornou à terceirização. Hoje 30% da produção é composta por produtos acabados e 70% são facções para as quais a empresa compra tecido e manda produzir. No jeans é uma combinação dos dois, explica Dib. Peças em denim e sarja respondem por 20% das vendas.
CONCORRÊNCIA COM O ENTRETENIMENTO
Ele avalia ainda que a estrutura de preços adotado pela marca ajudou a girar as coleções, porque atende a diferentes faixas de público, com produtos de boa qualidade. Além dos problemas econômicos que deterioraram o poder de compra do consumidor brasileiro, Dib destaca que o mundo da moda enfrenta (e não só no Brasil) a concorrência grande com o mundo do entretenimento, principalmente para o público jovem. “A grana vai para diversão, em viagens, gastronomia, shows; experiência”, constata, para acrescentar que as pessoas ainda assim terão que continuar a comprar roupas.
INVERNO 2019 EM CHICAGO COM TRIO DE MODELOS
O desafio será atrair a disposição de consumo para a marca. E foi com essa disposição que a marca desenvolveu a campanha da estação. Como o tema é a efervescência da década de 1970, a MOB levou o inverno para ser registrado em Chicago, nos Estados Unidos, cidade reconhecida pela diversidade cultural. E pela primeira vez reuniu o que chama de ‘time de peso’ para esse trabalho. São as tops Aline Weber e Barbara Fialho, além da modelo Natiele Alves que foram fotografadas por Jacques Dequeker. Para acompanhar os trabalhos por lá, a marca convidou a cantora Luísa Sonza.
A temporada percorre seis direções criativas. A Story in Print adotou um mix de estamparias, como animal print, floral bold, formas geométricas e poás, em tonalidades como capim dourado e quartzo rosa ou a combinação clássica de preto e branco. A Neo Folk inclui mandalas florais, lenços orientais, amarrados em patchwork e bordados indianos. A Denim Daze junta calças flare e skinny, de cintura média ou super altas, com destaque nas barras e cintura marcada com cintos e amarrações.
A Soul City trabalha transparências e tecidos leves, fluidos e bodies bicolores. A Bright & Bold resgata muito brilho no foil, paetês, aplicados nos detalhes. A Power Pieces é a cápsula ID da estação que incorpora toque esportivo, em peças inéditas com mix de leather touch e tricô.