Marca criada por Carlos Miele em 1986 acumula dívida de R$53 mihões.
Com problemas de liquidez, a MOfficer pede recuperação judicial, acatada pela justiça de São Paulo no início de setembro. Dívida da empresa soma R$53,59 milhões, conforme noticiou em primeira mão o jornal Estadão. No pedido de proteção ao qual o GBLjeans teve acesso, a empresa explica que as dificuldades se agravaram desde a pandemia de covid-19.
Cita entre outros fatores o aumento dos custos operacionais decorrente, sobretudo, da escalada dos preços de matérias-primas “para um patamar jamais praticado”, além da desvalorização do real em relação ao dólar. Não sendo possível repassar ao consumidor o aumento de custos, afirmou. A isso somou-se o prejuízo financeiro provocado pelo fechamento das lojas de varejo que derrubou as vendas em 91% e a inadimplência dos clientes de atacado.
A empresa também encontrou dificuldade em obter novas linhas de crédito para alavancar capital de giro, acrescenta a petição na qual a Mofficer pede recuperação judicial. Em análise de conjuntura, o pedido de proteção menciona ainda problemas de concorrência com a presença mais forte no mercado brasileiro do que chama de “gigantes players asiáticos”.
Ao requerer a proteção, a empresa afirma que a crise de liquidez é passageira, “ainda que seja a pior de sua história”.
MARCA CRIADA EM 1986
Atualmente, a MOfficer opera com 12 lojas físicas de varejo, o ecommerce e o canal de multimarcas. No pedido, a empresa informa que a marca comercializa 200 mil peças por ano, integralmente produzidas no Brasil. Empregaria 130 colaboradores diretos.
Com quase 40 anos de mercado, a MOfficer foi criada em 1986 por Carlos Miele, e alcançou destaque como uma marca forte do jeans nacional.
O pedido de recuperação judicial envolve três empresas associadas à marca: a M5 Indústria e Comércio de Vestuário, a FB 9 Comércio Atacadista em Geral e a FR Serviços.