A apresentação das coleções durante o Festival do Jeans 2010 e o primeiro desfile de moda da cidade antes das lavanderias
O Festival de Jeans de Toritama, realizado na segunda quinzena de maio, mostrou nos desfiles as coleções de 30 marcas locais interessadas em construir uma imagem de moda profissional para a cidade. Há 30 anos Toritama foi obrigada a se reinventar acuada pela falência da produção local de calçados. O jeito artesanal de fazer não resistiu aos avanços da tecnologia, como os solados de plástico injetado.
Inspirada na experiência de confecção de Santa Cruz do Capibaribe, a cidade encontrou seu rumo no jeans. De máquinas de costuras caseiras saíram as primeiras calças jeans feitas em Toritama, com tecido comprado em saldo de distribuidores locais e de alguns poucos atacadistas da zona da rua 25 de Março em São Paulo que, ao dar crédito para essas pequenas compras, ajudaram a construir um dos principais pólos de produção do jeans do país.
Eram peças sem lavagem e sem a tecnologia necessária de fechamento. O consumidor comprava barato, mas as chances de não entrar na calça depois da primeira lavagem era grande por causa do encolhimento próprio do denim que não era compensado no corte ou de ficar literalmente com a calça na mão porque as máquinas de travete (tipo de fechamento reforçado para áreas que sofrem grande pressão como as laterais, bolsos, braguilha e cós, no caso do jeans) só vieram depois.
A produção rapidamente evoluiu e na década seguinte já convivia com o fenômeno das lavanderias industriais numa região que sofre com água escassa. A primeira lavanderia da cidade foi aberta em 1989. Hoje são 56 lavanderias, informa o Itep (Instituto Tecnológico de Pernambuco).