Marca de jeans feminino de Goiânia espera aumentar o volume de produção em, pelo menos, 50% em 2019
Criada em 2015, a Patrícia Guimarães Jeanswear só viu as vendas avançarem depois do começo difícil. “Não teve ano ou mês em que não crescemos”, garante a empresária que dá nome à marca de Goiânia. Fechou 2018 com a média de 20 mil peças por mês e projeta para 2019 aumento de, pelo menos 50%, chegando entre 30 mil e 35 mil peças. Em função dos bons resultados de janeiro e fevereiro, por causa do Carnaval, e sobretudo pelas expectativas em torno dos festejos do primeiro semestre, Patrícia acredita que poderá dobrar a meta até o final do ano, mas, a maior dificuldade é produzir mais. As etapas críticas de costura e lavanderia são terceirizadas para parceiros industriais da região. A compra e corte dos tecidos são atividades feitas internamente, assim como o desenvolvimento das modelagens e das coleções vendidas por pronta entrega.
Atualmente, a Patrícia Guimarães é comercializada em quatro lojas da Região 44, no centro de Goiânia, formada por uma sucessão de quarteirões tomados por galerias recheadas de boxes, que vendem ao atacado e ao varejo. Mantém a primeira, inaugurada na Galeria Domanni. E comprou mais três, divididas em pisos do Mega Moda e do Moda Park, ambos controlados pelo mesmo grupo empresarial. A quinta loja já foi negociada e deverá ser aberta em 2020 no Galeria Centro-Oeste Outlet, na mesma região. Vai ocupar o piso superior do novo empreendimento reservado para lojas maiores e que atraiam as multimarcas.
Está nos planos da empresária Patrícia expandir fisicamente a marca de jeans feminino para outras praças, como o Brás em São Paulo. Mas não são planos de curto prazo. Para crescer com segurança, ela entende que precisa antes investir na estrutura interna, profissionalizar controles, em logística. Segundo ela, 2019 será dedicado a projetos como a implantação de um novo sistema de gestão. Divulgação da marca é outro ponto com investimento garantido. O desfile em agosto no evento do Mega Moda será repetido em 2019, assim como as campanhas com influenciadoras digitais do Instagram. A cada mês escolhe uma influencer de uma região diferente do Brasil para impulsionar vendas.
EXPANSÃO PELAS REDES SOCIAIS
Uma calça da marca custa para o cliente lojista entre R$ 70 e R$ 75, que é revendida por R$ 200 e R$ 250, garante Patrícia. As lojas da marca atendem também o consumidor final, que pagam em torno de R$ 110 pela mesma calça. O mix de produtos inicial com calças e shorts, está sendo diversificado para incluir saias, jardineiras e jaquetas, com duas a quatro novidades sendo liberadas por semana. Para alguns modelos, a grade pode variar do 34 ao 46 e outros indo do 36 ao 44.
Além das lojas físicas, Patrícia investiu em uma estrutura de atendimento para vendas a lojistas pelo WhastApp. Se o Instagram funciona como vitrine, é no aplicativo de mensagens instantâneas que ela faz negócios com lojistas de diferentes regiões do Brasil e alguns de fora do país, como Estados Unidos, Inglaterra, Portugal, Bolívia e Paraguai.
A fim de garantir esse atendimento, montou um pequeno call center, com quatro vendedoras exclusivas para responder aos pedidos enviados por WhatsApp, além dos recebidos pelas outras 16 vendedoras, que se dividem entre as quatro lojas. O call center funciona como parte da área de estoque que a marca mantém na Região da 44. Ao todo, a empresa emprega diretamente 30 pessoas.
Patrícia explica que a decisão de ter mais de uma loja foi estratégica para dar visibilidade à marca em meio ao mar de pontos de venda da região. “Nem todos os lojistas passam por todos os corredores e todas as galerias. É muita coisa. E eles vem com muita pressa”, observa a empresária.
FOBIA AO CELULAR
Patrícia afirma que estar aberta a ouvir as demandas dos clientes foi fundamental para melhorar a qualidade dos produtos e aumentar as vendas da marca. Mas, o divisor de águas veio da ajuda inesperada de uma vizinha com box que vendia modinha. Quando ela foi para a linha de frente da loja inaugurada alguns meses antes, a vizinha comentou que ela precisava usar Instagram e WhatsApp para ajudar nos negócios. Ela respondeu à vizinha que não conseguiria devido à sua fobia de falar ao telefone.
Solidária, a vizinha usou de um estratagema para levar as peças de Patrícia para casa. Então, vestiu os modelos, fotografou e postou no próprio Instagram, mas dando o telefone de contato de Patrícia. “Quando cheguei em casa à noite o celular não parava de dar alerta de mensagens. Recebi cem mensagens de diferentes partes do Brasil, de interessados nas minhas peças. Venci o medo ao celular e enxerguei ali a saída. Em uma semana vendi tudo o que tinha na loja”, lembra a empresária.