Plano de investimento de R$ 100 milhões em três anos contempla as duas plantas de produção brasileiras e a fábrica da Argentina.
Sob controle do grupo mexicano Siete Leguas desde o início do ano, a Santista planeja um pulo tecnológico. “Não é um plano de curto prazo, é de longo prazo, e estamos apenas começando”, afirmou ao GBLjeans Newton Coelho, diretor de negócios da empresa. Ele estima que serão aplicados em torno de R$ 100 milhões, em três anos, em renovação industrial. O desembolso contempla as duas plantas de produção brasileiras e a fábrica da Argentina.
No país vizinho, a troca de teares já começou, conta o executivo. No Brasil, os investimentos passam por fiação, tecelagem e acabamentos, diz Coelho. Ele acrescenta que algumas iniciativas já estão em andamento no Brasil. “Nosso foco inicial vai ser colocar novos equipamentos, novos materiais, buscar qualidade através de novas tecnologias e produtividade como todo mundo”, explica. A expectativa da companhia é de os resultados desses desembolsos aparecerem mais fortemente no início do ano que vem, sobretudo em novidade de produto.
Segundo o executivo, a companhia estabeleceu uma meta agressiva de recuperação, de crescimento dos negócios e de rentabilidade na América do Sul. “E a gente acredita que com esse investimento e tudo o que a gente vai fazer em produtos, em reforçar as relações com o mercado, é muito factível. Está indo no caminho bom”, avalia. A Santista está animada porque o novo dono mostrou disposição para investir no negócio. “Eles entendem do mercado têxtil e gostam de tecnologia”, observa Coelho. Para enfatizar esse apreço, cita que, só na confecção no México, a Siete Leguas opera com um parque de 60 equipamentos de marcação a laser.
Ao abrir o evento Bureau Santista, realizado em 15 de maio, na capital paulista, o novo diretor ressaltou a força do novo controlador. Com US$ 350 milhões em faturamento anual, incluindo a receita da Santista, o Grupo Siete Leguas está entre as dez maiores empresas do mercado mundial de denim, afirma.
LANÇAMENTOS DO INVERNO
De acordo com Coelho, investimentos pontuais em equipamentos existentes já permitiram alguma diferenciação em produto na nova coleção. “Como larguras maiores”, aponta. Para o inverno 2020, a Santista lançou 12 artigos de denim. “O foco da coleção é o público feminino”, explica Lilian Kurosaki, gerente de marketing da empresa. Todos são tecidos elastizados, com exceção do Ray que é um 100% algodão. O mais largo dos artigos com elastano na composição é o Norah, com 1,67 metro e power de 30%. O mais elástico da nova coleção é o Glue com construção em cetim e alongamento que pode chegar a 60%.
A outra construção em cetim do inverno é o Jess, um denim moletom, conta Lilian. Segundo a gerente, a intenção foi explorar os tingimentos azuis e oferecer versatilidade em lavanderia. “Estamos muito pé no chão, olhando como o mundo está andando”, observa a executiva. Ela conta que no primeiro semestre, em março, a empresa lançou uma cápsula de inverno 2020 com seis produtos, os outros seis foram anunciados a semana passada. A ideia é repetir lançamentos menores entre as duas grandes coleções. “Isso movimenta as vendas”, acentua Lilian.