Oito meses depois de comprar a Maria Filó, grupo anuncia intenção de incorporar mais uma grife de moda feminina a seu portfólio.

O Grupo Soma adquire a marca NV, que leva a assinatura de Natalia Vozza, que carrega no perfil pessoal do Instagram 1 milhão de seguidores. O anúncio da operação que ainda depende de algumas etapas para ser concluída foi feito
oito meses depois de a companhia comprar a Maria Filó. E dias depois da Arezzo fechar acordo com o Grupo Reserva. Para o mercado, a holding carioca Soma estimou a transação em R$210 milhões, valor que pode mudar em função do resultado da auditoria em curso.Criada em 2012, a NV é mais uma marca de moda feminina. Além de Maria Filó, o Soma controla a Farm, a Animale, A A.Brand, a Cris Barros e infantil Fábula. No portfólio, apenas uma marca de moda masculina, a Foxton.
O grupo justificou o interesse em comunicado ao mercado: “A NV é uma marca criada pela empresária Natalia, considerada como uma das primeiras grandes marcas brasileiras de vestuário feminino essencialmente digital, e que, com poucos anos de existência, vem apresentando resultados consistentes, mesmo no cenário atual de pandemia, consistindo, na visão da administração da companhia, uma oportunidade de complementar o portfólio de marcas da companhia, de forma a impulsionar o seu crescimento por meio de ferramentas tecnológicas, expansão de lojas físicas e ampliação do canal de atacado”.
Atualmente, a NV conta com cinco lojas físicas, todas na capital paulista e um site próprio de e-commerce. Opera ainda um showroom no qual atende 70 multimarcas. Pela avaliação do Soma, a marca MV tem potencial para alcançar 30 lojas em cinco anos.
MARCA DE R$100 MILHÕES
O acordo pelo qual o Soma adquire a NV envolve três empresas: a ByNV, a NV Loja Comércio de Roupas e Acessórios e a NV Logística. Para os investidores, o Soma informou que a receita consolidada da NV em 2019 alcançou R$98 milhões, dos quais R$51 milhões oriundos das vendas lojas físicas. O e-commerce contribuiu com R$36 milhões. O canal de atacado respondeu pelo restante. Representa uma evolução e tanto, considerando que a empresa faturou R$3 milhões, em 2016, conforme documento do Soma.
A compra definitiva também depende de aprovação do negócio pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).