Meta do movimento criado pela Abrapa visa encerrar 2020 com 320 participantes, entre tecelagens, estilistas, marcas e varejo.
Criado em 2016 para estimular o consumo de algodão na indústria têxtil do Brasil, o movimento Sou de Algodão vai dobrar de tamanho em 2020. Fechou 2019 com 160 empresas de diversos segmentos, segundo Silmara Ferraresi, assessora da presidência da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algoão) e gestora da iniciativa. Ela acredita que, pelo nível de adesão até agosto, a meta de 320 participantes deva até ser ultrapassada.
Atualmente, os participantes estão divididos em 20 segmentos diferentes. Do varejo de moda, apenas a Lojas Renner está listada. Entre as tecelagens, as que produzem denim constituem a maioria da participação. No segmento de jeanswear, são nove marcas.
Com a intenção de interagir com a cadeia inteira, o Sou de Algodão inclui as relações acadêmicas. Pelo segundo ano, lança o desafio para escolher os melhores projetos entre os estudantes de faculdades de Moda, Designs e áreas correlatas. Sozinhos ou em duplas, os alunos devem propor coleções que tenham como base tecidos de algodão. O prazo de inscrição para o desafio do Sou de Algodão vai até 26 de fevereiro de 2021, em parceria com a Casa de Criadores.
80% DO ALGODÃO BRASILEIRO É CERTIFICADO
O avanço das fibras sintéticas no mercado têxtil e a oscilação nos preços do algodão levaram a uma perda de market share. Se no final da década de 1980, a produção têxtil brasileira consumia 80% do algodão plantado no país, essa participação caiu para 50% ao longo de 40 anos. “Perdeu espaço não só no Brasil. Isso aconteceu no mundo inteiro”, explica a gestora do movimento Sou de Algodão.
Tanto que os americanos levaram 50 anos para sair de 35% para os atuais 65% na indústria têxtil, a partir de ações organizadas pela Cotton Inc., lembra Silmara.
Ela salienta que o Brasil tem algumas vantagens sobre os concorrentes internacionais que podem ser exploradas pela cadeia. É o segundo maior exportador da fibra no mundo. E o quarto maior produtor mundial, posição alcançada na safra anterior. Mais que volume, contudo, o país detém a marca de 80% de todo algodão produzido corresponder a algodão com certificação socioambiental.
O mercado interno é praticamente todo abastecido com algodão nacional, portanto, certificado. A importação da fibra é residual, afirma a gestora. Acrescenta ainda que a parceria de licenciamento da Abrapa com a BCI (Better Cotton Initiative) coloca o Brasil como o maior fornecedor de algodão sustentável do mundo. Tem participação de 36% contra 5,5% dos Estados Unidos.
