Brasil negocia US$1,1 bi em itens sob risco

Brasil importa US$1,1 bi em itensde moda sob risco de escravidao

São roupas e têxteis importados e produzidos em países com alertas de escravidão moderna.

O Global Slavery Index (GSI) de 2023 aponta que o Brasil negocia US$1,1 bilhão em roupas e artigos têxteis, como tecidos, importados com suspeita de serem produzidos em países sob risco de escravidão moderna. Elaborado pela Walk Free, entidade internacional de defesa dos direitos humanos, o índice contempla o comércio entre os países que compõem o G20.

De acordo com a nova edição do GSI, do US$1,1 bilhão em artigos de moda em risco de escravidão que o Brasil negocia, US$841 milhões correspondem a roupas e US$269 milhões a têxteis.

Brasil importa US$1,1 bi em itensde moda sob risco de escravidao, diz GSI 2023

Das roupas com produção sob risco, US$624 milhões vêm da China, seguidas por Bangladesh, Vietnã, Índia, Argentina e Malásia.

Os têxteis comprados pelo Brasil com produção sob risco são todos produzidos na China, informa o relatório do GSI 2023.

COMPRAS DE RISCO

Conforme destaca o GSI, o G20 responde por 75% do comércio mundial. Conjuntamente o G20 movimenta o equivalente a US$468 bilhões em bens produzidos sob risco da qualidade do emprego, conforme a 5ª edição do documento elaborado anualmente desde 2018. Roupas representam o segundo artigo mais em risco de ser produzido em condições adversas para os trabalhadores, avaliadas em US$147,9 bilhões. Tecidos são o quinto correspondendo a US$12,7 bilhões do total.

Brasil importa US$1,1 bi em itensde moda sob risco de escravidao

Em termos de roupas, os países com produção em risco são Argentina, Brasil, China, Índia, Malásia, Tailândia e Bangladesh, informa o relatório. Nessa condição, o Brasil fornece por exemplo roupas para os Estados Unidos, avaliadas em US$25,1 milhões, para França (US$2,3 milhões) e para Argentina (US$5,9 milhões), segundo dados do relatório.

Para têxteis, o documento destaca a produção na China e na Coreia do Norte.

ESCRAVOS

Nessa quinta edição, o GSI apurou que 50 milhões de pessoas vivem em escravidão moderna, 10 milhões adicionados desde 2018.

Do total de pessoas vivendo em escravidão moderna, 28 milhões são vítimas de trabalho forçado; 22 milhões de pessoas vivem em países que aceitam o casamento forçado, especialmente envolvendo meninas; e o trabalho infantil afeta 12 milhões de crianças.

Quando se fala em produção de roupas, o relatório explica que a escravidão está associada a trabalho forçado e servidão por dívida.

No Brasil, o GSI estima 1,05 milhão de pessoas vivendo em regime de escravidão.

O GSI afirma que “nenhum país do mundo está respondendo efetivamente contra a escravidão moderna”.

PAÍSES DO G20

O G20 é formado por 19 países e a União Europeia. Pela ordem de valor, os países do grupo que mais importam produtos em risco são: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, Índia, Coreia do Sul, Canadá, Austrália, China, Rússia, França, Itália, México, Arábia Saudita, Brasil, Turquia, Indonésia, África do Sul, Argentina.

ESTADOS UNIDOS…….US$169,6 bilhões
JAPÃO………………………..US$53,1 bilhões
ALEMANHA………………US$44,0 bilhões
REINO UNIDO…………..US$26,1 bilhões
ÍNDIA…………………………US$23,6 bilhões
COREIA DO SUL………..US$20,2 bilhões
CANADÁ……………………US$20,0 bilhões
AUSTRÁLIA………………..US$17,4 bilhões
CHINA……………………….US$17,2 bilhões
RÚSSIA………………………US$15,2 bilhões
FRANÇA…………………….US$11,8 bilhões
ITÁLIA………………………..US$10,9 bilhões
MÉXICO……………………..US$9,2 bilhões
ARÁBIA SAUDITA……..US$7,4 bilhões
BRASIL……………………….US$5,6 bilhões
TURQUIA…………………..US$5,3 bilhões
INDONÉSIA……………….US$5,2 bilhões
ÁFRICA DO SUL…………US$4,8 bilhões
ARGENTINA………………US$1,6 bilhão