Projeto das lavanderias de Criciúma estará concluído no final do ano, e a partir de então, será possível ao SENAI transferir a técnica para outras processadoras
O projeto coordenado pelo Núcleo de Lavanderias de Criciúma da AMPE (Associação de Médias e Pequenas Empresas) para reaproveitar o lodo que sobra das operações industriais de lavanderias de jeans, em substituição ao barro na produção de tijolo solo-cimento, conforme noticiado pelo GLjeans, atraiu o interesse de processadoras de outras regiões. Mas, pelo menos nessa fase inicial, o projeto está restrito ao grupo atual.
De acordo com a coordenadora do projeto no SENAI local, Rosaura Piccoli, as receitas para a substituição do barro por lodo na composição do tijolo solo-cimento são feitas com base nas proporções acumuladas pelo grupo atual do projeto, composto por 15 lavanderias. Ela explica que para a entrada de novas empresas no programa seria necessário que fossem refeitas todas as etapas do procedimento.
“Agora estamos fazendo a análise de caracterização do resíduo, fase que deve terminar em cerca de dois meses e pela qual será possível determinar se o material é tóxico e solúvel. O projeto atual, que tem uma amostra determinada, deve ser concluído até o final do ano. Como tudo é analisado de acordo com a amostra, a entrada de novas empresas não é possível no momento, pois todos os testes teriam de ser refeitos para determinar se o tijolo seria resistente o suficiente com o novo material”, explica Rosaura.
De acordo com André Roldão, coordenador do Núcleo de Lavanderias da AMPE, a receita do projeto pode ser liberada às lavanderias, no entanto, o mais adequado seria que as empresas procurassem pelo SENAI Criciúma que, após o término desse projeto, terá base para formar outros grupos. “Seria inútil fornecer a receita, pois, as amostras são diferentes e, portanto, a receita também seria”, ressalta o coordenador.
Do projeto participa, ainda, a entidade assistencial Abadeus, em cujas instalações será construída a linha de produção de tijolos solo-cimento. Os tijolos serão destinados à construção de casas populares e serão fabicados por mão-de-obra recrutada entre os membros das famílias assistidas pela instituição.