Malwee avança com o projeto fio do futuro

Malwee avança com o projeto fio do futuro

Até o fim de 2023, empresa pretende ultrapassar 100 pontos de coleta de roupas no Brasil.

Malwee avança com o projeto fio do futuro

Ao fim de quase dois anos de pesquisa, a Malwee em parceria com o Grupo EuroFios conseguiu produzir um moletom com o que chamou de fio do futuro. A peça usou fibra reciclada obtida a partir de roupas descartadas e que poderiam parar no lixo comum. A Malwee avança com o projeto fio do futuro ao instalar pontos de coleta nas lojas da rede. Atualmente, são cerca de 60 espaços de arrecadação. A meta é até o fim de 2023 ultrapassar 100 pontos de coleta de roupas no Brasil. E, dessa forma, dar um novo passo na direção da moda circular.

Na primeira etapa, a empresa confeccionou 1,5 mil peças feitas a partir do fio fornecido pela Eurofios, especializada na produção de fios com fibras recicladas do descarte têxtil. O fio empregado tem 70% de resíduo têxtil pós-consumo e 30% de fibra complementar necessária para fortalecer a estrutura e qualidade, explica a Malwee.

O moletom foi produzido na fábrica da Malwee que adaptou processos industriais para trabalhar com o chamado fio do futuro. Chegou a um tecido dupla face, na cor cinza mescla, derivada da mistura dos itens desfibrados.

O design do moletom considerou modelagem unissex, ampla, com cava descolada e grade extensa. Para os adultos incluiu sete tamanhos (P, M, G, GG, G1, G2 e G3). O modelo infantil foi do 4 ao 14.

Para lançar o modelo, a estratégia da Malwee foi causar impacto ao não comercializar as 1,5mil peças produzidas sob numeração exclusiva. Chamou para o evento Des-A-Fio na capital paulista, em maio, no qual as pessoas levavam cinco peças de roupa usada e trocavam por um moletom.

O estoque de moletom acabou. Só tem peça para aluguel no Roupateca.

“Não tem começo nem fim, uma roupa usada se transforma em uma nova peça. Você doa e a Malwee recicla”, diz a empresa na apresentação do projeto.

Inicialmente, a Malwee usou a parceria com o Repassa, hoje sob o controle da Renner, para fazer a triagem das roupas que seriam descartadas. As sobras seguiram para a Eurofios que cuidou da desfibragem e fiação.

SEM HÁBITO DE RECICLAR ROUPAS

A empresa destaca que os brasileiros não têm o hábito de descartar roupas para reciclagem. O hábito mais comum é o da doação.

“Em algum momento, todos os produtos que um dia já fizeram parte do nosso guarda-roupas serão descartados e quando esse momento chegar, precisamos buscar alternativas de menor impacto para que esse descarte aconteça. Essa é uma questão que precisamos enfrentar enquanto sociedade, e a Malwee está se posicionando na liderança dessa discussão, mostrando que é possível transformar roupas usadas em peças de moda sustentáveis, acessíveis, com qualidade e durabilidade”, declarou em comunicado à imprensa Guilherme Moreno, gerente de marketing da Malwee.

Todas as peças arrecadadas no evento e nos pontos de coleta serão destinadas à Cruz Vermelha São Paulo. A entidade fará a triagem do que está em condições para doação. As peças sem condição de uso irão para reciclagem e voltarem como insumo para a produção de novas roupas, destaca a Malwee.

Os consumidores que levarem suas roupas aos pontos de coleta ganham 15% de desconto em novos produtos da marca.

AÇÃO AMBIENTAL

Também em maio, a Malwee lançou a coleção Mãe Natureza acompanhada por uma ação de sustentabilidade ambiental. A empresa assumiu o compromisso de destinar 20% do lucro das vendas dessa coleção à associação Corredor Ecológico, criada para recompor a Mata Atlântica ao longo do rio Paraíba do Sul, na porção do vale dentro do estado de São Paulo.

Os preços das peças da coleção Mãe Natureza variaram de R$49,90 a R$169,90.

O dinheiro arrecadado contribuirá para recuperar uma área de 6 mil metros quadrados, o que resulta em cerca de 3 mil árvores plantadas em áreas de nascentes prioritárias para o estado de São Paulo. “Essas árvores serão plantadas em regiões de preservação permanente, regularizando a situação irregular de alguns produtores rurais, ocasionando em sequestro de carbono, e na manutenção da biodiversidade”, explica a Malwee em comunicado.

Após esse plantio, a empresa pretende monitorar e acompanhar todo o processo por dois anos, de forma a garantir o reflorestamento efetivo para a população local e abastecimento de água. Além disso, a Malwee tem mais duas ações como esta programadas para 2022, adiantou a companhia para o GBLjeans, sem dar detalhes.

foto: divulgação