Confira o grau de estresse hídrico nas cidades que integram a cadeia de produção do jeans brasileiro, entre têxteis, químicas, aviamentos, confecções e lavanderias.
Com base nos dados do Water Risk Atlas, o GBLjeans mapeou o grau de estresse hídrico nas cidades que integram a cadeia de produção do jeans brasileiro. Foram identificadas informações de 128 municípios, onde estão instaladas indústrias têxteis, químicas, confecções que atuam como PL e lavanderias. No setor, o Brasil apresenta três níveis de risco, sendo que a maioria das cidades dessa cadeia apresenta grau de estresse hídrico de médio para alto. A escala da ferramenta Aqueduct vai de risco baixo (0-1) a extremamente alto (4-5).
Do total de municípios analisados, 81 são cidades com, pelo menos, uma lavanderia industrial instalada, conforme registra o Anuário GBLjeans 2019.
O mapa brasileiro indica 23 cidades com alto risco de estresse hídrico (3-4), das quais 18 ficam no estado de São Paulo. As outras cinco estão no nordeste – três no Ceará e duas em Pernambuco.
A faixa de médio para alto risco (2-3) concentra cem cidades brasileiras, distribuídas pelas quatro regiões que contam com produção industrial de algum segmento do jeans.
Dessas, 49 estão localizadas no sul do país – 22 no Paraná; 22 em Santa Catarina; e cinco no Rio Grande do Sul.
Outras 45 cidades são do sudeste, com 25 delas em São Paulo. Mais 14 estão em Minas Gerais. Das demais seis três estão no Rio de Janeiro e três no Espírito Santo.
Quatro pertencem à região nordeste – quatro no Rio Grande do Norte e uma na Bahia.
Duas estão no centro-oeste, sendo uma em Goiás e outra no Mato Grosso do Sul.
Enfrentam risco médio-baixo cinco municípios brasileiros. Três estão no sul, sendo dois no Rio Grande do Sul e um no Paraná. No interior de São Paulo, Conchas é a única cidade do estado enquadrada nessa faixa. Entre as capitais com produção de jeans, apenas Goiânia registra risco médio-baixo de estresse hídrico.
FERRAMENTA AQUEDUCT ATUALIZADA
Lançada em 2013 pelo WRI (World Resources Institute), a ferramenta Aqueduct é um mapa interativo que foi atualizado no início de agosto. A nova versão conta com 13 indicadores de risco hídrico, incluindo novidades como disponibilidade de água subterrânea e esgotamento de água, e resumos mensais do estresse e da variabilidade hídrica. O WRI construiu o mapa Aqueduct a partir do apoio de um grupo diversificado de parceiros. A intenção é subsidiar empresas, investidores, governos e comunidades a entender melhor onde e como os riscos da água estão surgindo em todo o mundo. O trabalho contempla o mapeamento de 189 países, estados e municípios.
O Brasil não está no grupo de países de alto risco generalizado. Algumas partes do país, como no nordeste, inclui áreas que enfrentam e não é de hoje seca devido às condições do clima e da geologia da região. O risco alto em outras é, porém, resultado de fatores como consumo excessivo, desperdício, efeitos da crise climática mundial, degradação de áreas de captação dos sistemas de fornecimento, aponta o atlas. São condições que a tecnologia já disponível poderia reverter, com investimento na restauração florestal, na recuperação e preservação de nascentes, na melhoria da qualidade da água dos reservatórios, no consumo racional, entre outras providências.