A edição de 2020 analisa 40 marcas brasileiras, o dobro de 2018, classificadas de acordo com as informações que tornam públicas.
O Fashion Revolution divulgou o novo Índice de Transparência da Moda brasileira. Nesta terceira edição do relatório que classifica marcas e varejistas de acordo com a quantidade e relevância das informações que as empresas tornam públicas, a média nacional subiu para 21%. Ou seja, o grupo analisado alcançou 52 de um total de 250 pontos. Apesar de ainda baixo representou avanço em relação aos 16% de 2019 e diante de mais empresas participando. É o dobro das 20 marcas analisadas em 2018.
A C&A Brasil recebeu a maior pontuação, como já foi nas duas edições anteriores. Em 2020, a varejista subiu de faixa. Obteve 74% dos 250 pontos avaliados, sendo a única a ocupar a faixa de 71% a 80%. Ao todo, marcas e varejistas são classificadas em dez faixas de pontuação, de 0% a 100%.
Também a Malwee avançou para outra faixa de pontuação. Manteve o segundo lugar no novo Índice de Transparência da Moda brasileira com 68%. A entrante Youcom estreou na mesma categoria da Renner e com a mesma pontuação (59%).
O relatório ressalta ainda o progresso em transparência da Hering que de um ano para outro melhorou a pontuação. Ao obter média de 57%, pulou duas faixas e assumiu o quinto lugar na lista de empresas mais bem pontuadas no país.
MUDANÇAS DE FAIXAS DE PONTUAÇÃO
O levantamento cita a evolução da Melissa, que saiu de 3% em 2019 para 39% em 2020. Mesmo caso de John John e Le Lis Blanc, controladas pela Restoque, que de 0% no ano passado atingiram 21% em 2020.
Os dados mostram que há muito por fazer no mercado local acerca de transparência e de outros aspectos do desenvolvimento sustentável. “Mais da metade das marcas analisadas, 21 de 40 (53%), pontuaram abaixo de 15%. No total, 13 marcas não pontuaram”, ressalta o relatório divulgado pelo Fashion Revolution.
A mostra de marcas e varejistas incluiu representantes dos segmentos de e-commerce de moda, como Dafiti e Netshoes, e underwear (Lupo e Puket). Além dessas quatro e da Youcom, passaram a compor o grupo a Ipanema, a Centauro, a Di Santinni, a Forum e a Lojas Pompéia.
“O Índice de Transparência da Moda não é uma indicação de quais marcas são ‘boas’ ou ‘ruins’. Não estamos recomendando ou endossando nenhuma das marcas e varejistas pesquisadas, independentemente de suas pontuações. O objetivo é entender a quantidade de informações sobre impactos sociais e ambientais que são compartilhadas pelas maiores marcas que operam no Brasil, impulsionando uma maior divulgação pública sobre elas e usando essas informações a fim de responsabilizá-las, quando necessário”, afirmou o relatório sobre os objetivos da pesquisa para elaboração do Índice de Transparência da Moda.