Cresce o parque de máquinas no exterior que usam o gás para substituir acabamentos tradicionais da indústria, como engomagem.
Aos poucos, a espanhola Jeanologia expande o uso do ozônio entre as indústrias de denim. Atualmente, o fabricante conta com um parque com cerca de 30 máquinas instaladas, a maioria na Ásia. Na Itália, Candiani e Berto estão entre os usuários famosos. E há, ainda, três em operação no México. Mais recentemente, a Huisheng comprou sua primeira máquina de ozônio em contínuo. A aquisição é um marco. Segundo fonte a par do negócio, o fabricante chinês é gigante. Produz 67 milhões de metros de denim por mês e outros 55 milhões de metros por mês de tecido flat.
No Brasil, não tem máquina G2 Dynamc instalada. Mas, a Jeanologia informa ao GBLjeans que está em negociação avançada com um fabricante local. O parque de equipamentos em operação foi montado pela empresa em cinco anos. Em 2014, durante a edição de maio da Denim Première Vision, em Barcelona, a Jeanologia lançou a tecnologia de ozônio para tecido, junto com a máquina Dynamic Laser, para estamparia de tecido.
De acordo com um especialista brasileiro, o ozônio na têxtil substitui etapas da preparação do denim, como caixas de lavagem, engomagem e vaporização. É instalada na etapa anterior ao processo de skill de trama e sanforização, tratando de 30 a 50 metros por minuto. Custa em torno de € 800 mil euros, praticamente o dobro de um modelo de laser da Jeanologia para lavanderias, apurou o GBLjeans. A previsão é de payback rápido em função da economia de água, vapor e energia.
FORTE REDUÇÃO NO CONSUMO DE ÁGUA
“Com esta tecnologia, a companhia implanta no mercado uma alternativa sustentável para vários processos tradicionais altamente contaminantes da indústria têxtil e que consomem mais água”, declarou em comunicado ao mercado Jean Pierre Inchauspe, responsável pela G2 Dynamic na Jeanologia. O fabricante informa que para um quilograma de tecido se utiliza entre 15 e 20 litros de água em processo tradicional. “Com G2 Dynamic, o processo completo utiliza de 0,5 a, no máximo, 3 litros por quilograma de tecido”, assegura a empresa.
O fabricante conta ainda que 80% das máquinas em operação no mundo estão trabalhando para o acabamento de denim azul e preto. Outros 20% para o acabamento de tecido cru. Em comunicado acerca de investimentos industriais, a Candiani informou que o acabamento com ozônio pode ter duas aplicações. “Em baixa concentração, melhora a resistência à fricção do tecido. Em concentrações mais altas, é obtido efeito de envelhecimento ou branqueamento do tecido”, explica a empresa.