Fundos serão investidos pela Fairbrics na construção de linha piloto de produção industrial.
Startup da área de química com projetos de novos materiais, a francesa Fairbrics levantou €22 milhões para colocar no mercado uma fibra de poliéster à base de CO2, o chamado poliéster de poluição. O dinheiro será aplicado na construção de uma linha piloto de produção industrial que deverá ficar pronta em dois anos, segundo comunicado da companhia à imprensa.
A intenção é dar escala à tecnologia da Fairbrics, com previsão de a linha piloto alcançar 100 quilos de poliéster à base de CO2 por ano até 2024. E, depois, até 2026, a previsão é por para funcionar uma planta de demonstração com capacidade para 1 tonelada por dia, informa o comunicado à imprensa.
A Fairbrics abordará inicialmente a indústria da moda, já tendo parcerias com H&M, On-Running e Aigle. E pretende diversificar progressivamente com soluções dirigidas a setores como equipamentos esportivos, embalagens e automóveis.
“Ao usar emissões de CO2 em vez de recursos fósseis para fabricar poliéster, a Fairbrics aborda um dos maiores desafios globais, a mudança climática causada pela emissão de gases de efeito estufa (GEE). Esse financiamento é um forte reconhecimento do trabalho que a Fairbrics realizou até agora, a qualidade do consórcio que reunimos e o extraordinário potencial de nossa tecnologia para fornecer a indústrias altamente poluentes, como a têxtil, uma solução alternativa ecologicamente correta e economicamente viável”, declarou no informe Benoît Illy, cofundador e CEO da Fairbrics.
TECNOLOGIA
A empresa explica que o CO2 é capturado de fontes industriais, como fábricas de produtos químicos, combinado com um catalisador e solvente para gerar produtos químicos que são usados para a síntese de poliéster. “Esses produtos químicos são polimerizados para criar pellets de poliéster que são então transformados em fios e, finalmente, em tecido”, acrescenta a Fairbrics.
FUNDOS ARRECADADOS
Os €22 milhões levantados pela empresa provêm de duas fontes distintas de financiamento. A maior parte – €17 milhões – correspondem à subvenção através do Horizon Europe, principal programa de financiamento da União Europeia para pesquisa e inovação.
POLIÉSTER A PRINCIPAL FIBRA TÊXTIL
Poliéster é a fibra têxtil mais usada no mundo. Produção de 2021 atingiu 60,5 milhões de toneladas, ou 54% do total, conforme relatório mais recente da Textile Exchange.
Para mais informações sobre fibras têxteis, acesse nossa web stories Viagem pela fibras: tipos, classificação e nomenclatura.