Resíduos agrícolas podem virar fibras

Resíduos agrícolas podem virar fibras têxteis

Projeto Untapped Agricultural Waste da Fashion For Good avalia tecnologias de conversão.

Resíduos agrícolas podem virar fibras têxteis

A entidade Fashion For Good lançou no início da semana um projeto que pretende avaliar se resíduos agrícolas podem virar fibras têxteis. Batizado de Untapped Agricultural Waste, algo como resíduos agrícolas inexplorados, o projeto montou um consórcio em que reúne participantes de diferentes áreas. Nos próximos 18 meses, esses agentes vão avaliar se sobras de plantações podem substituir fibras convencionais na produção de tecidos.

A expectativa é concluir a primeira etapa em dezembro. O projeto tem financiamento da Laudes Foundation em valor não informado. O consórcio conta com a participação de Adidas, Bestseller, Vivobarefoot e o fabricante indiano de fio de viscose Birla Cellulose. Do lado de fibras, foram escolhidas seis empresas consideradas inovadoras: AltMat, Bananatex, Chlorohemp, Agraloop by Circular Systems, HempTex India e 9Fiber.

ETAPAS DO PROJETO

A função dessas empresas inovadoras será desenvolver uma variedade de diferentes fibras naturais e misturas de fibras com foco em testar a maior porcentagem de resíduos agrícolas possível, salienta o comunicado da Fashion For Good para a imprensa.

As equipes de P&D dessas companhias vão trabalhar com resíduos agrícolas de produtores do sul e sudeste da Ásia, envolvendo casca de arroz, cânhamo, palha de trigo, banana e abacaxi. Conforme a Fashion For Good, em muitos casos, os resíduos não são reaproveitados e, muitas vezes, simplesmente queimados.

Ainda de acordo com a entidade, até 92 milhões de toneladas de resíduos agrícolas são queimados anualmente, somente na Índia. Relatório da Laudes Foundation analisou oito países da região, que abrigam polos de produção de fibras naturais e têxtil.

Além de Índia, o grupo inclui Bangladesh, Paquistão, Vietnã, Indonésia, Sri Lanka, Camboja e Tailândia, de onde serão avaliados os resíduos agrícolas podem virar fibras .

Em 2023, o projeto avança para outras fases, quando testará as fibras de sobras agrícolas em colaboração com marcas e a cadeia de suprimentos para produção em escala comercial.

foto: campos na Índia (divulgação / Unsplash)