Alta costura feita de plástico em pó

Material e técnica desenvolvidos pela Bayer ganharam forma pelas mãos da estilista holandesa Iris Van Herpen, que criou a coleção Voltage.

A tecnologia tem encontrado na alta costura uma porta de entrada para a inovação na indústria do vestuário. Como nesse mercado não há necessidade de reprodutibilidade, fica mais fácil investir em experimentos. Com tecnologia da Bayer, a estilista holandesa Iris Van Herpen construiu uma coleção inteira batizada de Voltage partindo de técnica que combina pó de plástico e uso do laser. A empresa explica que o processo permite a criação rápida de protótipos, sem moldes e matrizes. “É a chave para a originalidade e personalização, principalmente no mundo da moda”.

O sistema foi desenvolvido pela Bayer MaterialScience, divisão de Materiais Inovadores do Grupo Bayer. Consiste em técnica chamada de sinterização a laser. Por ela, primeiro o designer cria em computador a roupa usando software que transforma o desenho técnico de precisão em objeto tridimensional. Depois o computador é ligado a uma câmara de acumulação, onde fica o plástico em pó, batizado pela empresa de Desmosint, um tipo de poliuretano termoplástico com alta resistência ao desgaste

É colocada uma fina camada do pó, de modo que o feixe de laser reproduz o contorno exato da roupa sobre ela. O calor do laser derrete o plástico, que torna a se solidificar muito rapidamente. “Para crescer verticalmente um objeto tridimensional, são aplicadas finas camadas de pó sucessivamente e fundidas pelo laser em posições previamente especificadas”, explica a Bayer. Outra novidade é que o plástico usado não fica rígido, ficando flexível, como pede uma roupa.