Ainda assim a expectativa é positiva, de prosseguir com a recuperação iniciada em 2021.

A despeito dos sinais positivos de recuperação parcial em 2021, a ABVTex prevê ano difícil para vendas do comércio de moda. A Associação Brasileira do Varejo Têxtil pondera que o setor terá pela frente o que chama de “elementos complexos” que podem afetar os resultados. Edmundo Lima, diretor executivo da entidade, aponta
inflação, eleição, pandemia, volatilidade do dóalr, Copa do Mundo e pressão de custosA pressão inflacionária tem efeito sobre a renda do consumidor, reduzindo poder de compra, salienta. Da mesma forma, implica alta de custos por todos os elos da cadeia de produção, que foram em parte repassados para o preço final.
Segundo o executivo, houve muita negociação entre os varejistas e a indústria para conter a alta. “O pior da pressão por aumento de preços já passou. Nossa tendência é não reajustar preços considerando a corrosão da renda do consumidor”, afirma Lima.
Se houver algum reajuste será pontual, em algumas categorias de produtos, particularmente de itens importados, como roupas de frio, completa. As coleções de outono-inverno têm lançamento geralmente no início de março.
A entressafra de alto verão costuma ser absorvida pelas compras geradas pelo Carnaval. Desfiles e blocos foram cancelados ou adiados mas o feriado foi mantido.
Nem todo mundo planeja, porém, viagens, ainda sob o medo de contágio pela variante ômicron, mesmo com o avanço vacinação contra covid-19.
INCERTEZA NO SEGUNDO SEMESTRE
Apesar das chuvas acima da média para o mês, o desempenho das vendas de janeiro foi considerado positivo pela maioria das 110 associadas da ABVTex, considerando a comparação com janeiro de 2021. Mas não voltaram ao patamar pré-pandemia.
Já o segundo semestre está mais cercado de incerteza, considera Lima. E, por isso, a ABVTex prevê ano difícil para vendas do varejo de moda.
Eleições podem afetar o ambiente de negócios. Em 2022, a Copa do Mundo de futebol será realizada a partir de 21 de novembro – geralmente ocorre em junho. A mudança de data foi decidida porque o Qatar é um país de temperaturas muito elevadas no meio do ano (cerca de 40ºC). O clima fica mais ameno entre novembro e dezembro quando se disputam os jogos.
Contudo, o novo calendário coincide com as datas mais quentes para o varejo, Black Friday e vendas de Natal. “Dependendo de como a seleção brasileira avance no campeonato, pode afetar, porque geralmente as lojas fecham nos dias de jogo do Brasil”, salienta o diretor. E as pessoas tendem a sair menos para compras durante o período da Copa do Mundo.