Embalagens de ecommerce vão para o lixo

Embalagens de ecommerce vão a maioria para o lixo

Em ação conjunta, grandes varejistas de moda lançam guia de boas práticas.

Embalagens de ecommerce vão a maioria para o lixo

Junto com o aumento das vendas de ecommerce, o varejo de moda enfrenta mais um percalço no trajeto em direção à sustentabilidade, na forma de embalagens que vão para o lixo sem destinação correta. Em ação conjunta, 20 grandes varejistas de moda lançaram o Guia de Boas Práticas para Embalagens Sustentáveis de Ecommerce pela ABVTex (Associação Brasileira do Varejo Têxtil).

O material tem por destino as empresas do segmento e seus fornecedores. A intenção é de que a melhor escolha deles refletirá na ponta, com menos embalagens indo para o lixo. Conforme a ABVTex, as embalagens de plástico e de papel constituem a maioria descartada de forma inadequada no Brasil pelos consumidores. Não é pouca coisa.

De acordo com o guia, 8,5% das embalagens produzidas no país foram usadas para empacotar produtos têxteis.

O projeto colaborativo tem duas frentes. Uma é o guia propriamente dito que aborda, por exemplo, os oito atributos considerados sustentáveis para embalagens de ecommerce.

Podem ser feitas de material reciclado; serem recicláveis; reaproveitáveis ou multiuso, conforme o interesse do consumidor; retornáveis; compostáveis; biodegradáveis; rastreáveis; terem produção a partir de fontes renováveis.

Essa parte trata ainda de critérios para escolha do fornecedor das embalagens, faz outras recomendações de boas práticas e conta exemplos entre as 20 empresas que colaboraram para a elaboração do guia.

EXEMPLOS

A Dafiti conta que recorreu à rede de fornecedores para desenvolver embalagens certificadas feitas de plástico reciclado obtido das aparas da própria produção, além de plástico pós-consumo. Hoje, esses fornecedores são certificados RCS (Recycled Content Standard), afirmou Cristiano Medeiros, gerente de sustentabilidade do marketplace.

Com medidas adotadas desde 2015, a Pernambucanas afirma que alcançou redução de 200 mil embalagens de blister (embalagem plástica transparente), substituídas por cabides para colocar camisas; e diminuição de 2 milhões de embalagens plásticas de meias; entre outros resultados destacados por Lívia Lopes, gerente de sustentabilidade da varejista de moda.

Já o Grupo Soma informa que avalia substituir as embalagens que usa por modelo de envelopes para os quais vem desenvolvendo protótipos.

PLANILHA DE CÁLCULO

A segunda frente do guia tem teor prático. A empresa que se interessar pode fazer download de uma planilha que considera os atributos de sustentabilidade para embalagens de ecommerce. Planejada para que cada fornecedor preencha em torno de 15 campos, além de questões sobre os materiais empregados.

Completada, a planilha permite ao varejista de moda fazer comparações entre fornecedores e decidir com base nas informações coletadas, acrescenta a publicação.

foto: Pexels