No terceiro trimestre ganho caiu 2,6% sobre igual período de 2018, com a varejista anunciando o início da construção do novo CD.
Os resultados do terceiro trimestre da Renner frustaram as fortes expectativas dos analistas de mercado. Eles projetaram desempenho melhor, embora a varejista de moda tenha apresentado crescimento de receita nada desprezível. O aumento foi de 14,5% sobre o terceiro trimestre de 2018 para alcançar receita líquida de R$ 2,22 bilhões. Desse total, R$ 1,93 bilhão correspondem à venda de mercadorias, que os analistas esperavam que ultrapassasse os R$ 2 bilhões.
O lucro líquido do período registrou R$ 189,25 milhões, queda de 2,6% sobre os R$ 194,21 milhões auferidos no terceiro trimestre do ano passado. As projeções do mercado apontavam para ganhos em torno de R$ 199 milhões. No relatório que acompanha o balanço financeiro, a companhia destacou que sem os efeitos das normas contábeis IFRS 16, adotadas em 2019, o lucro líquido teria crescimento de 1,4% para R$ 196,9 milhões.
De acordo com a empresa, o aumento das vendas refletiu o maior fluxo de clientes nas lojas e a boa aceitação da coleção de primavera/verão. As baixas temperaturas de julho serviram de impulso para a venda de artigos pesados de frio, liberando os estoques das lojas para receber a nova coleção.
O quarto trimestre é o mais importante para as vendas do varejo. E, de acordo com a empresa em teleconferência com analistas de mercado, o período começou bem. “Apesar de temperaturas amenas em algumas regiões”, destacou.
NOVO CD DEVERÁ FICAR PRONTO EM 2022
Dos R$ 257,3 milhões investidos de julho a setembro, a Renner destinou R$ 109,2 milhões ao novo centro de distribuição, cuja construção foi iniciada no modelo built-to-suit. Essa é uma modalidade de aluguel pela qual o dono do empreendimento constrói o prédio sob medida para as necessidades da empresa que aluga. Em contrapartida, os contratos de aluguel são de longo prazo – muitos passam dos dez anos.
Segundo disse aos analistas Fábio Facio, CEO da Renner, o novo CD deverá ficar pronto em 2022. Ao final, terá consumido R$ 600 milhões em investimentos. E terá capacidade maior que o parque atual de logística da companhia. Está sendo construído em Cabreúva, interior de São Paulo, na região de Jundiaí, e terá 150 mil metros quadrados. A Renner tem outros dois CDs, um em Santa Catarina e outro no Rio de Janeiro.
EXPANSÃO DA REDE DE LOJAS
No terceiro trimestre de 2019, a varejista de moda inaugurou oito lojas: seis da bandeira Renner e duas da Ashua. A rede inteira da companhia ficou com 577 pontos, sete a mais do que tinha até junho. Isso porque foi fechada uma das unidades da Youcom. Assim, a bandeira Renner fechou setembro com 368 lojas, incluindo as cinco da Ashua e as sete do Uruguai. Com essa configuração a receita líquida da Renner no terceiro trimestre registrou R$ 1,76 bilhão, crescimento de 13,9%.
Em dezembro será inaugurada a operação da Argentina, disse o CEO aos analistas da empresa. Ele comentou ainda que até o final do ano, deverá ser aberta mais uma unidade da Ashua, apesar de que a marca passa ainda por ajustes, tanto de produtos quanto no modelo de loja.
A Youcom encerrou o trimestre com 96 lojas e receita líquida de R$ 47,8 milhões, aumento de 24% sobre igual período do ano passado.
Com as mesmas 113 lojas do primeiro semestre, a Camicado apurou receita líquida de R$ 116,6 milhões. O resultado ficou 3,75% abaixo que o apurado pela rede no terceiro trimestre de 2018.