Até final de 2026, foco será aumentar vendas no parque atual, com retomada da expansão física a partir de 2027

Enquanto boa parte do varejo planeja abrir novas unidades para crescer, a Marisa Lojas traçou uma estratégia diferente de expansão para os próximos dois anos. Até o final de 2026, a varejista avalia que terá espaço para aumentar o faturamento por metro quadrado nas lojas já existentes, antes de retomar qualquer plano de inauguração. A estratégia de expansão da Marisa começa a mostrar resultados, como os registrados no segundo trimestre de 2025. De abril a junho, anotou lucro líquido pelo terceiro período consecutivo.
A retomada de um ciclo de expansão física da rede só entrará no radar a partir de 2027, afirmou a companhia em teleconferência de resultados.
No segundo trimestre de 2025, a varejista de moda registrou lucro líquido de R$2,1 milhões, revertendo o prejuízo do mesmo período de 2024. No acumulado do primeiro semestre, o lucro líquido somou R$4,47 milhões. É o primeiro lucro líquido semestral em 10 anos.
A receita líquida trimestral da Marisa cresceu 22,9%, chegando a R$394,5 milhões. No semestre, a receita foi de R$692,4 milhões, alta de 8,8%, em relação aos primeiros seis meses do ano passado.
DESEMPENHO
Aos investidores, a companhia ressaltou que fechou o trimestre com 232 lojas, uma a menos que no trimestre anterior, e 3 a menos que no segundo trimestre de 2024. Mas vendeu 11,6 milhões de peças, ante 8,4 milhões em 2024, um salto de 38%. O tíquete médio subiu para R$138,51, com preço médio por peça de R$ 45,93.
O desempenho é atribuído à ampliação do sortimento de produtos; a campanhas de marketing que atraíram fluxo para as lojas; gestão operacional disciplinada; venda maior; venda a preço cheio e menos liquidação.
Dentro da estratégia atual da Marisa, o uso de tecnologia também contribuiu para expansão dos bons resultados do segundo trimestre de 2025. De acordo com a empresa, o novo sistema de planejamento ajudou a gerenciar 850 subcategorias de produtos, garantindo sortimento mais alinhado com tendências, sazonalidade e perfil das consumidoras. “Colocamos o produto certo, na hora certa”, declarou na teleconferência.
A categoria infantil representa uma das vertentes para impulsionar as vendas por metro quadrados das lojas existentes. Com margem acima da média dos demais produtos da companhia, as roupas infantis dobraram de participação no trimestre. Passaram de 7-8% para 15% dos negócios, com expectativa de chegar a 20%.
Outras categorias estão em análise para fomentar vendas, como o segmento masculino, disse a companhia aos investidores.
INVESTIMENTO
A empresa investiu R$9,3 milhões no semestre, sendo R$4,9 milhões aplicados no segundo trimestre.
Para o terceiro trimestre, a varejista implementará um novo sistema de abastecimento automatizado das lojas e com distribuição regionalizada. Além de melhorar a reposição, a empresa avalia que o recurso ajudará a fomentar as margens saudáveis.
Questionada sobre o tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump, a Marisa lembrou aos investidores que a atuação da empresa está restrita ao mercado nacional e que, portanto, não sentiu impacto negativo. Ao contrário, como importadora, especialmente de itens de inverno, encontrou boas oportunidades de negócios nas compras para o próximo ano, fechadas com um ano de antecedência, entre os fornecedores da Ásia que foram afetados pelo aumento das tarifas dos Estados Unidos.