Novo posicionamento das coleções, que envolveu preços médios mais baixos que no ano anterior refletiu no resultado da varejista.
A varejista de moda feminina Marisa fechou o primeiro trimestre do ano com prejuízo líquido de R$ 5,3 milhões, ante receita líquida consolidada de R$ 682,3 milhões, que ficou 2,29% abaixo do faturamento de igual período do ano passado, quando o balanço registrou lucro líquido de R$ 13,8 milhões. O tamanho da rede também foi ajustado no primeiro trimestre, com o encerramento de três lojas, voltando aos 413 pontos que detinha em setembro.
Em conferência com analistas de mercado, a empresa explicou que “o reposicionamento da coleção, iniciado no terceiro trimestre de 2014, continuou impactando negativamente nossas vendas”. Segundo a varejista, foi comercializada praticamente a mesma quantidade de peças do primeiro trimestre de 2014 (com ligeiro aumento de 0,5%), porém, com preço médio 5,3% mais baixo. Com isso, a receita líquida de vendas caiu 3,1%, somando R$ 494,2 milhões.
No relatório de resultados, a Marisa ressalta que “todo esse rearranjo ocorre em meio a um cenário macroeconômico bastante desfavorável”, citando a inflação de alimentos, que “alcançou 8,19% na base de doze meses, o que pressiona sobremaneira a renda discricionária das classes C e D, onde se encontra a maioria dos nossos clientes”. Ao responder os questionamentos dos analistas, os executivos da empresa acrescentaram que de janeiro a março verificaram “queda generalizada do fluxo de consumidores, tanto nas lojas de rua quanto nas de shopping, e não apenas em nossa rede”.
A varejista segurou os investimentos, aplicando R$ 32,8 milhões, contra R$ 51,1 milhões do primeiro trimestre de 2014. A expectativa de investimentos para o ano mantém-se cautelosa. A previsão é empregar R$ 115 milhões ao longo de 2015, sendo que no ano passado a verba alcançou R$ 220,4 milhões. A cautela é justificada pelo quadro econômico atual. “Diante deste cenário, acreditamos ser muito importante estarmos com um mix de produto ajustado à tendência de diminuição de renda disponível do nosso cliente alvo; estruturas de despesa enxutas; e alocações de capital cautelosas”, anota o relatório.
O ajuste do mix de produtos envolverá novas formas de apurar a performance por categoria, “tornando a divisão mais granular”, diz a empresa.