Até 2030, grupo busca repetir em roupas a participação que já alcançou no setor de calçados e bolsas no Brasil.
O Grupo Azzas 2154, dono de marcas como Farm, Reserva, Animale, Hering, Schutz e Arezzo, estabeleceu a meta de atingir 38% de market share em vestuário no Brasil até 2030. Essa é a participação que a companhia detém no mercado nacional de calçados e bolsas. Hoje entre masculino e feminino, o share é de 19% no vestuário, disse a companhia em teleconferência de resultados com analistas de mercado.
De modo a atingir essa meta em cinco anos, o plano da companhia envolve gestão operacional, expansão do canal de franquias, monitoramento preciso do canal multimarcas, frequência do número de coleções e itens básicos de reposição contínua, entre outros fatores. Também não descarta crescimento inorgânico em referência à compra de outras marcas nacionais.
Ao completar um ano do anúncio da criação do grupo Azzas 2154, que nasceu da união da Arezzo &Co com o Grupo Soma, a companhia ainda passa por ajustes estratégicos. Mediante resultado bastante tímido da unidade de negócios agora chamada de Shoes & Bags (antiga BU de bolsas e calçados), a empresa promoveu uma reorganização.
O atual CFO Rafael Sachete assumirá a diretoria da unidade Shoes & Bags a partir de 1º de setembro, substituindo Luciana Wodnicz. Assume como novo CFO, Eric Alencar, que ocupou a mesma função no Carrefour Brasil, na Cyrela e no Aché Laboratórios.
Aparentemente, as unidades de vestuário masculino e feminino, hoje tratadas de forma separada, serão unificadas, sob a liderança de Rui Kameyama. Roberto Jathay assumiria posição mais estratégica na direção das marcas do grupo.
LUCRO EM ALTA
O anúncio da meta de ganho de market share da Azzas 2154 em vestuário foi tratada durante a teleconferência de resultados do 2º trimestre. No período, o grupo reportou lucro líquido de R$537,7 milhões, alta de 81,7% na comparação com o mesmo período de 2024. A receita líquida cresceu 4,8%, totalizando R$2,9 bilhões de abril a junho.
Assim, no semestre, o lucro líquido avançou 55,6% para R$655,1 milhões. De janeiro a junho, a receita líquida somou R$5,5 bilhões, crescimento de 9%.
Para a companhia, o motor de crescimento foi a unidade Fashion & Lifestyle Women, que representa 40% do faturamento bruto e cresceu 20,1%, no trimestre, e 23,2% no semestre. Foi impulsionada pelas vendas de marcas como Farm, Animale e NV. Somou receita bruta de R$1,4 bilhão, no trimestre, e de R$2,6 bilhões, no semestre.
Ainda tratada como unidade separada do vestuário feminino, a Fashion & Lifestyle Men, de marcas como Reserva e Foxton, obteve vendas brutas de R$421,3 milhões, no 2º trimestre de 2025, que representa crescimento de 11,5%. E de R$782 milhões no semestre, aumento de 12% sobre igual semestre de 2024.
A unidade Basic, sob a qual opera a Hering, obteve receita bruta de R$636,5 milhões no 2º trimestre, crescimento de 7,3% na comparação com igual período do ano passado. Acumulou no 1º semestre receita bruta de R$1,2 bilhão, expansão de 12,9%.
Sapatos e bolsas contribuíram com R$1,1 bilhão para a receita bruta do trimestre. Foi a unidade de negócios que menos cresceu, com avanço de 0,7% de abril a junho. No semestre, registrou faturamento bruto de R$2,1 bilhões, alta de 2,7%.
VAREJO FÍSICO
Mesmo com a retração de lojas no semestre, cortando 68 lojas em comparação com dezembro passado, a Azzas 2154 encerrou junho com 2.061 pontos de venda. Do total, 841 são unidades de varejo das marcas da unidade Shoes & Bags. As marcas de vestuário feminino atuam com 302 lojas. E as masculinas, com 246. Da Hering, são 672 unidades.
Para o segundo semestre, a companhia cita como destaque a inauguração da primeira loja física da Farm Etc. Abrirá na cidade do Rio, na semana que vem.
A companhia também apontou avanços no projeto do Hub de Malharia, em Blumenau (SC), “com foco em diferenciação, velocidade de lançamento e melhoria do capital de giro”, cita o relatório.
foto: divulgação (coleção Oásis, do verão 2026 da Animale)
