Na Riachuelo, receita sobe e lucro cai.

Segundo trimestre apresentou resultados melhores que o início do ano, apesar da perda de margem, e a companhia tem expectativa positiva para o próximo semestre.

Com receita líquida no segundo trimestre do ano 10,3% acima da registrada em igual período do ano passado, a Riachuelo enxerga sinais de recuperação que deverão ser sentidos com mais intensidade no próximo semestre. A receita consolidada da companhia foi de R$ 1,46 bilhão, de abril a junho. Apesar de o lucro líquido ter caído, a queda foi menor que a apurada no primeiro trimestre do ano. Os ganhos somaram R$ 36,3 milhões, redução de 51,4% sobre o lucro líquido assinalado no segundo trimestre de 2015.

“A boa notícia é que atravessamos incólumes o que foi, sem sombra de dúvida, o pior trimestre da história recente do varejo”, disse Flávio Rocha, CEO do grupo Guararapes, dono da Riachuelo, ao abrir a teleconferência com analistas de mercado para apresentar os resultados do segundo trimestre de 2016. Ele afirmou que abril e maio foram os piores meses dos últimos 12 anos para o varejo, citando pesquisa do IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo). Sua análise veio acompanhada da afirmação: “Ao apresentar aumento de 10,3% na receita líquida consolidada já nos dá sensação de alívio por ter atravessado esse momento que é o fundo do poço e que começa a ficar para trás”.

O aumento da receita líquida no período é atribuído ao acerto de coleções, influenciado também pelos dias mais frios que ajudaram a venda de roupas de inverno, especialmente em junho. Já a queda no lucro foi associada em parte aos esforços da companhia para reduzir níveis de estoque. A avaliação é de que a entrada em operação integral do novo centro de distribuição, em Guarulhos (SP), a partir de setembro, possa ajudar nos resultados, porque a logística de abastecimento deverá melhorar muito e ser mais precisa.

CAUTELA NA EXPANSÃO
Se no primeiro trimestre, a Riachuelo manteve o mesmo número de lojas em operação, entre abril e junho foram inauguradas quatro unidades, todas em abril, somando 289 pontos de venda. A companhia também reduziu o volume de investimentos no período. Aplicou R$ 49,4 milhões, dos quais R$ 17, 6 milhões para novas lojas. Para os CDs foram destinados R$ 5,9 milhões. O projeto para incluir a venda de aparelhos celular no mix de produtos das lojas consumiu R$ 8,7 milhões.

PRODUÇÃO LOCAL
No segundo trimestre, a confecção de roupas do grupo, a Guararapes, produziu 10,1 milhões de peças para a rede ante 10,7 milhões de itens registrados no segundo trimestre de 2015, informa o relatório de resultados da companhia ao mercado. No período de janeiro a junho, a produção totalizou 19,1 milhões de peças, volume 8,3% menor que no primeiro semestre de 2015. De acordo com a companhia, os produtos Guararapes representaram 26,9% da venda total da Riachuelo no segundo trimestre.

Por conta do aumento do dólar sobre o real, como outras companhias, a Riachuelo aumentou o percentual de produção com parceiros locais. Mas, na conferência com analistas de mercado, a companhia avalia que o novo patamar do câmbio torna os produtos importados mais competitivos, “ajudando a ter oportunidades de margem no segundo semestre”, disse.

RESULTADOS DO SEMESTRE
A receita líquida consolidada somou R$ 2,67 bilhões, crescimento de 10,4%, sobre o primeiro semestre de 2015. No período, o lucro líquido totalizou R$ 47,3 milhões, caindo 70,3%. Os investimentos do grupo somaram R$ 93,6 milhões. A companhia encerrou junho com 37.839 funcionários, menos 1.396 do que tinha em junho de 2015. A maior pressão veio da área de confecções. A Guararapes empregava 13.364 colaboradores, em junho, que correspondeu a 1.216 vagas a menos do que tinha em junho de 2015.