Em outra ação, a varejista lança collab com a Insecta à base de materiais reaproveitados.
A varejista de moda Renner anunciou que até o final de junho deverá seguir para a segunda etapa de seu projeto de inovação que afeta a parte de estamparia das coleções. A Renner implementará estampa customizada. Clientes do ecommerce ou do app da rede de lojas poderão montar a estampa, selecionando imagens, caracteres e cores.
O pedido será encaminhado então ao CD da companhia na cidade de Arujá, na região metropolitana de São Paulo. Ali instalou uma área de impressão digital, de modo que a Renner implementará estampa customizada conforme o padrão escolhido pelo consumidor.
“A experiência é o primeiro passo para a utilização mais ampla deste modelo de abastecimento pela empresa. Até 2025, a Renner planeja levar a inovação a outros pontos distribuição no país e, em um futuro próximo, até para dentro das próprias lojas. Desta forma, o cliente poderá montar a peça de sua preferência diretamente no ponto de venda, acompanhar a impressão em tempo real e, em poucos minutos, levar as compras para casa – um novo marco no relacionamento do varejo com o consumidor”, descreve a Renner em comunicado à imprensa.
INVESTIMENTO DE R$5 MILHÕES
Atualmente, a estamparia digital tem sido empregada para reabastecer as lojas, com a produção de 30 mil peças por mês. A varejista investiu R$5 milhões nessa solução de estamparia digital.
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O centro de distribuição de Arujá faz a impressão digital diretamente nas peças de base mantidas em estoque. “A necessidade de reposição das peças é informada em tempo real ao CD, que faz a impressão e envia o produto finalizado ao ponto de venda”, explica o comunicado.
Dessa forma, a varejista não precisa encomendar a reposição ao fornecedor de um item já desenvolvido. Conforme a empresa, o ciclo de fabricação e distribuição convencional leva até três semanas. Com a impressão digital, levaria horas.
O tempo entre o envio do comando online até a finalização é de um minuto, garante a empresa. Imprime sobre tecidos diferentes, de malha ao jeans, observa a Renner.
“Este novo processo de estamparia, totalmente digital, está alinhado à estratégia da Renner de introduzir soluções da Indústria 4.0, incorporando tecnologias avançadas à cadeia de fornecimento. É um projeto piloto que vem para agregar valor ao negócio e fortalecer ainda mais a relação de colaboração que já temos com nossos parceiros”, declarou Henry Costa, diretor de produto da empresa no comunicado à imprensa.
INOVAÇÃO EM PRODUTO
A Renner juntou-se à Insecta Shoes para desenvolver uma collab de moda feminina, que tem calçados, acessórios e roupas feitos com tecidos e outros materiais que seriam descartados. Tem tecido estampado de reuso – que veio do excedente de fornecedores da varejista, borrachas de origem reciclada e, tecidos feitos de fios originados de PET reciclado.
As equipes de estilo das duas marcas trabalharam em colaboração, informa a Renner. E seguiram o processo de criação às avessas. “Ao invés de definir o conceito da coleção e depois seguir com a seleção dos materiais, primeiro foram escolhidos os insumos e, depois, partiu-se para o desenho das peças. O objetivo era gerar o menor impacto possível, dando um novo significado aos recursos que estavam disponíveis. O resultado foi o reaproveitamento de mais de 4 mil metros de sobras de matéria-prima que estavam parados. Além disso, cada bolsa da collab usou em média cinco garrafas PET”, descreve comunicado à imprensa sobre o lançamento da cápsula.
A coleção envolve roupas de estilo atemporal, que combinam entre si, compondo até 30 looks diferentes, diz a Renner. Tem vestido, jaqueta cropped, calça jogger em mix de estampa, quimono, macacão e camisas bordadas. Também conta com bolsas e calçados.
Enxuta, a cápsula está à venda no site da Renner e em 25 lojas físicas da rede, entre Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Distrito Federal e Goiás.
Para identificar as peças no ponto de venda, a coleção usa tag em papel reciclado com texto sobre as boas práticas envolvidas no processo produtivo.
Sob o selo Re, a Renner comercializou em torno de 130 milhões de peças produzidas com matérias-primas como fio reciclado; algodão e viscose certificados; poliamida biodegradável; uso de técnicas como upcycling e processos que garantem, por exemplo, o menor uso de água, aponta a varejista.