Receita líquida de janeiro a março da holding das marcas John John e Le Lis caiu 16,7% sobre os primeiros três meses de 2019.
A linha de resultados da Restoque assinala prejuízo líquido de R$ 1,39 bilhão no primeiro trimestre de 2020. O relatório do balanço financeiro atribui a maior parte da perda a um ajuste contábil. A empresa reviu o ágio previsto quando da aquisição da Dudalina, devido à desvalorização do ativo. Também foi feita provisão de recebíveis no período. De acordo com a empresa, esses impactos não tiveram efeito sobre o caixa. Sem incluir a baixa e as provisões, o prejuízo líquido ajustado da companhia teria sido de R$ 47,19 milhões. Ainda assim, bem acima dos R$11,28 milhões de perda registrado no primeiro trimestre de 2019.
Os resultados negativos são atribuídos aos problemas econômicos derivados da pandemia de covid-19. De acordo com a empresa, de 1º de janeiro a 11 de março, as vendas apresentavam bom desempenho, com alta de 7%. Dali para frente, o impacto sobre a operação foi grande. A receita líquida do primeiro trimestre caiu 16,7% em relação a igual período do ano passado. Desceu para R$208,69 milhões.
A holding que controla marcas como John John e Le Lis Blanc tomou uma série de medidas. Entre as quais renegociou a dívida financeira, e homologou plano de recuperação extrajudicial com credores (bancos e debenturistas), que não envolve fornecedores. O relatório que acompanha os resultados indica ainda que o quadro de pessoal foi cortado em 26%. A empresa não informa, porém, o número de funcionários. Renegociou alugueis, prazos de pagamento com fornecedores, reduziu jornada e salários.
Os investimentos somaram R$16,6 milhões nos três meses iniciais do ano. No período, com lojas próprias fechadas, assim como os pontos de multimarcas, o e-commerce sustentou as vendas. Contribuiu com R$12,8 milhões.
RESULTADOS MELHORES QUE O ESPERADO NO SEGUNDO TRIMESTRE
A Restoque encerrou março com 252 lojas, três a menos do que operava em dezembro. Conta, ainda, com mais 27 lojas de outlet, somando uma rede de 279 pontos de vendas de varejo.
Em maio, a companhia anunciara projeções até 2025, prevendo queda de receita em torno de 40% em 2020 e recuperação a partir do próximo ano. Mas, com 195 lojas abertas no final de junho, e operando com horário reduzido na maioria das cidades, a empresa afirmou em teleconferência com analistas que o resultado do segundo trimestre está acima do esperado nas projeções iniciais.
Mesmo as multimarcas que reabriram retomaram pedidos suspensos por causa da pandemia. E o bom, afirmou a companhia na conferência, é de que tem estoque para pronta entrega, o que tem animado os lojistas, que não precisam arriscar em um prazo mais longo.