Varejista abre o ano com lucro creditado ao menor nível de remarcação de produtos.

Ao apresentar o balanço financeiro do primeiro trimestre do ano, a Lojas Renner destacou o uso da tecnologia como um dos aliados para o bom resultado obtido no período. Considerando as três marcas, a varejista de moda fechou o primeiro trimestre com lucro líquido de
R$191,6 milhões, contra o prejuízo registrado no primeiro trimestre de 2021.Na mesma comparação, a receita líquida avançou 65,2% para R$2,6 bilhões. A marca que mais cresceu foi a Youcom que anotou receita líquida de vendas de R$71 milhões, expansão de 122% sobre o mesmo período do ano passado.
As vendas da Renner que incluem a movimentação da Ashua e das 13 lojas do exterior subiram 63,4% para R$2 bilhões.
Da área de casa e decoração, a Camicado obteve R$138,7 milhões em receita líquida de vendas. Volume corresponde a crescimento de 33,9% sobre o primeiro trimestre de 2021.
Conforme exposição a analistas de mercado e investidores, a companhia explica que se janeiro foi fraco devido ao menor movimento nas lojas físicas por conta da circulação no país da variante ômicron da covid-19, a partir de fevereiro o fluxo voltou a subir paulatinamente.
Março foi considerado positivo, influenciado pela troca de coleção para outono/inverno. Abril continuou aquecido e o movimento do início de maio leva a companhia a ter “expectativa positiva para 2022”, afirmou na apresentação do balanço do primeiro trimestre do ano.
TECNOLOGIA DE INTELIGÊNCIA
Conforme o relatório, o bom resultado da Renner de janeiro a março é creditado à boa gestão de produtos que reduziu a necessidade de promoções mais fortes. “A performance de vendas, aliada à otimização dos estoques integrados, bem como o uso de dados em nossos processos têm contribuído para níveis de remarcações alinhados aos menores patamares históricos”, assinalou o relatório.
A venda em preço cheio compensou ainda a oscilação das cotações do dólar e a inflação dos custos de matéria-prima e fretes, destacou o comunicado.
Na parte de compras, a Renner ressalta a implementação do piloto da ferramenta de sugestão de volumes para itens básicos, de fabricação nacional. Em paralelo iniciou outro piloto para compra de produtos em nível de SKU, de modo que serão repostos apenas os tamanhos necessários, de acordo com a velocidade de venda de cada SKU.
A intenção é atender a demanda e reduzir a sobra de pontas de estoque. “Isto permitirá que as unidades recebam grades mais adequadas, evitando falta ou excesso de itens”, destaca o comunicado.
Outro projeto visa a aplicação de IA (inteligência artificial) para definir sortimento orientado às preferências dos consumidores de uma região. No primeiro trimestre, para o piloto, foram escolhidas duas regiões.
Em mais uma frente de uso de tecnologia, a companhia está decidida a reduzir o tempo de desenvolvimento das coleções. Comprou sistema para desenho digital do produto, escaneamento corporal e de materiais têxteis, além de softwares de simulação hiper-realista capazes de replicar os aspectos visuais e físicos do produto. A prova de roupas é realizada em manequim virtual e sem o uso de amostras físicas – reduzindo custos e o lead time, explica relatório de resultado da Renner no trimestre.
“Estas iniciativas trouxeram tanto evoluções internas, a exemplo da apresentação da coleção na marca Get Over em metaverso, como entregas de inovação para o cliente. Destacou-se o lançamento da primeira coleção cápsula criada exclusivamente com tecnologia 3D”, acrescentou o informe.
40 NOVAS LOJAS
A varejista operava com 638 lojas ao final de março. Dessas, 414 era da Renner, número que inclui as oito unidades da Ashua, além das 13 que mantém no exterior (oito no Uruguai e quatro na Argentina).
Até o final do ano, a previsão é inaugurar 40 lojas com investimento avaliado em R$38 milhões. Do total, 20 lojas novas serão da Renner; 10 da Youcom; 5 da Camicado; e 5 da Ashua.
O investimento total previsto para o ano soma R$114,7 milhões.