Em 2023, moda vê crescer o número de lojas em shopping e o faturamento das franquias.
Embora as vendas físicas tenham desacelerado, ainda representam 92% dos R$266 bilhões que o varejo brasileiro faturou em 2022. Os restantes 8% correspondem às vendas feitas por meios digitais, conforme dados da consultoria Iemi. Não por acaso, com a retomada da rotina corporativa depois do recolhimento por causa da covid-19, o varejo físico retoma os investimentos. Levantamento da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) registra 1.143 lojas inauguradas nos centros comerciais brasileiros, no segundo trimestre de 2023.
Moda corresponde a quase 20% desse total, informa a Abrasce. É o segundo segmento que mais expandiu presença no varejo físico dos shopping centers, mostra o levantamento. No primeiro semestre todo, praticamente 2 mil lojas foram abertas, das quais cerca de 300 são pontos de venda de vestuário. O levantamento indica uma recuperação mais acelerada no segundo trimestre de 2023 que no primeiro trimestre.
Em 2022, operavam 628 shopping centers no Brasil, reunindo 115.817 lojas, com previsão de inauguração de mais 15 empreendimentos até o final de 2023.
Entre as dez marcas que mais abriram lojas no segundo trimestre está a Carter’s, de moda infantil, operada no Brasil pela Riachuelo.
FRANQUIAS CRESCEM
Outro sinal de que o varejo físico retoma os investimentos reflete nos negócios envolvendo franquias. No segundo trimestre, as vendas das franquias de moda, que incluem vestuário, cresceram 16,8%. Saíram de R$4,9 bilhões no primeiro trimestre de 2022 para R$5,7 bilhões no primeiro trimestre de 2023, informa o levantamento da ABF (Associação Brasileira de Francgising).
A alta mais intensa entre abril e junho ajudou o desempenho do segmento. No primeiro semestre, o faturamento das franquias de moda subiu de R$9,7 bilhões em 2022 para R$11,2 bilhões em 2023, aumento de 15,9%. Além da receita, o número de unidades aumentou 3,2% no perído.
Atualmente, a ABF conta com cerca de 60 redes de franquiasde vestuário, que operam em torno de 4,1 mil pontos, entre lojas e quiosques. A maior franquia do segmento continua sendo a Hering Store, com 693 lojas, seguida pela Lupo, com 530 unidades.
MELHORIAS NAS LOJAS
Além de expandir o número de lojas no varejo físico, o setor no Brasil também retoma os investimentos em melhorias dos pontos já estabelecidos de modo a atrair consumidores. Segue em parte a estratégia dos Estados Unidos cujo comércio físico foi muito mais impactado com o aumento das vendas digitais do que acontece no Brasil. Por lá, as marcas investem na reforma dos ambientes de lojas, na organização de eventos para consumidores considerados vips, na oferta de descontos encontrados apenas em lojas físicas, unidades com áreas menores e de estoque enxuto, que funcionam também para retirada de mercadorias compradas online.
Nos Estados Unidos, as medidas para atrair consumidores até as lojas são adotadas também por marcas de luxo, como a Tiffany & Co que reabriu a loja da Quinta Avenida em Nova York, com dez andares, incluindo a exposição de quadros de artistas como Jean-Michel Basquiat e Jenny Holzer, além de um elegante restaurante interno, aponta noticiário da BBC. Em 2022, a Dior, de Paris, reabriu com spa, jardins de rosas e um museu dedicado ao designer Christian Dior.
