2018: o ano do reset, diz WGSN.

Agência de previsão e tendências para as indústrias criativa e de moda avalia que o modo de fazer negócios enfrentará mudanças profundas no próximo biênio.

Nos próximos dois anos, a forma como a indústria da moda faz negócios, desenvolve e cria suas coleções vai mudar completamente. O ano do reset será 2018, afirmou Letícia Abraham, VP Latam da WGSN, durante evento de palestras a clientes brasileiros da maior agência de previsão e análise de tendências do mundo, esta semana em São Paulo (SP). Da programação constou ainda palestras sobre as previsões para as passarelas orientadas ao outono/inverno de 2017.

Reset é um termo emprestado da computação que significa basicamente apertar o botão e reiniciar o equipamento. Evidente que parar tudo e recomeçar do zero é algo impraticável para empresas. A idéia por trás desse conceito é estimular a indústria a enfrentar uma nova ordem mundial, com novas tecnologias, novos conceitos, ascensão dos consumidores que integram a chamada geração Z (os jovens que nasceram nos 2000) e novas demandas de uma população que vive mais tempo que as anteriores. O Brasil não ficará fora dessa onda de transição.

“Este reinício começa agora e acontece para que possamos mudar o futuro do país. É um reset do brasileiro como cidadão, consumidor e também como cultura”, disse Daniela Dantas, head da WGSN Mindset para América Latina, em palestra sobre as tendências de comportamento no Brasil. Destacou o novo perfil da classe média brasileira, principal alvo da maioria das empresas, especialmente de moda, explicando que os valores dessa faixa de consumidores serão mais decisivos para a escolha de produtos e serviços do que o poder de consumo como foi até então. Ela prevê a escalada de grupos considerados marginais em termos de consumo. “Veremos pessoas manifestando-se sobre raça, cabelo enrolado, assexualidade, entre outros temas que hoje ainda são delicados”, afirma a especialista.

No mundo, cada vez mais, o consumidor buscará o equilíbrio entre as facilidades da tecnologia, de conexão, interação por redes sociais com a individualidade, o sossego e a valorização do que está próximo. Para a indústria têxtil, essa tendência leva na direção de tecidos inteligentes, já que a ciência está cada vez mais valorizada pelas novas gerações, desde que garantam toque suave e conforto, aponta Letícia. Ao mesmo tempo, parte dos consumidores valoriza cada vez mais os tecidos de fibras naturais. .“Os consumidores contemporâneos desejam que a sustentabilidade seja um padrão da indústria e não uma estratégia de marketing”, observa Letícia.

MODA DO O/I 2017
A temporada de outono/inverno de 2017 para as mulheres refletirá essa dicotomia, como mostraram os desfiles. Com os pés na década de 1980, que já apareceu no verão, os tecidos metalizados ganham espaço. Mas, não apenas nos óbvios dourado e prata. “São metálicos coloridos”, aponta Sofia Martellini, da WGSN. Ao mesmo tempo, haverá a incorporação de materiais com cara de artesanal (sem ser). As cinturas são marcadas em formas amplas. Decotes e golas continuam a merecer destaque, com babados, laços e outros detalhes. A sobreposição de elementos formam o look da estação, assim como haverá o retorno das estampas florais, só que misturadas, como paisley com liberty, formando novas padronagens.

As cores remetem às tonalidades das pedras preciosas, como gema, esmeralda, turquesa, safira, rubi, partindo do branco e terminando no preto. Entre as formas destacadas, Sofia destacou as blusas de gola alta para serem usadas por baixo de vestidos e coletes; calças largas com cintura paper bag (com amarração); jeans cropped, só que não skinny, o corte é reto; calça de veludo; jaqueta puffa e casaco shearling; saia plissada.

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