Sem direção futura definida para a moda, marcas terão de enxergar para quem vendem de fato.
Com exceção da cartela de cores, e alguma estampa em evidência, o fato é que está difícil apontar tendências de moda. Sem direção futura definida, as marcas terão que lidar com algo que poucas valorizam, que é a ciência dos dados na moda. Para vender mais, terão de saber para quem vendem de fato. Com base nessa orientação, os estilistas poderão então criar coleções assertivas.
Ciência dos dados não é só olhar quanto cada modelo vendeu, assim como pesquisa de tendências não é só viajar para fora do Brasil analisando vitrines de coleções que já estão à venda ou mesmo já em promoção. Isso é passado. O consumidor está conectado com o mundo. Algumas vezes, pode não ter poder financeiro, mas sabe o que não quer comprar. Também não cabe mais o dono da marca viajar para pesquisa de moda e voltar para dizer para “as meninas” (no caso, profissionais de estilo) o que elas tem que fazer.
Pesquisa recente da SBVC mostra que 30% dos consumidores que buscam sites internacionais procuram roupas que não encontram no Brasil. Já levantamento da consultoria Dubu aponta que 80% dos consumidores entre 16 e 50 anos não se identificam com modelos retratados nos anúncios do setor. E 69% deles afirmaram que as marcas de roupas não oferecem produtos que respeitam seus corpos, aponta o levantamento batizado de Sem Cabimento.
Os dois estudos revelam a distância que muitas marcas abriram sem querer de seus consumidores. Não sabem quem são, o que compram, como compram ou o que buscam e precisam. Desconectadas com o consumidor, fica difícil executar análises preditivas que forneçam suporte às novas coleções.
SAPATILHA DA ALAÏA
O desafio é atrair os gastos para além da mera reposição. Hoje, como nunca, roupas concorrem com viagens, restaurantes, shows de música, produtos de beleza, calçados e acessórios. E vêm perdendo. Ranking trimestral da Lyst, plataforma de vendas de itens de luxo, com 200 milhões de compradores por ano, mostra as marcas e os produtos mais quentes a cada três meses. No mais recente, que revela o comportamento de compras de julho a setembro, entre os dez produtos mais quentes apenas dois são peças de roupas – o casaco estilo country da Toteme (5º lugar) e a calça feminina de alfaiataria da The Frankie Shop (10º lugar).
Em 1º lugar figura a sapatilha da Alaïa feita em material com visual de rede de arrastão. Em 2º lugar no ranking Lyst Index, a bolsa Brooklin da Coach. E em 3º lugar tênis da Puma.
TUDO É PERMITIDO
A semana de lançamentos das têxteis na segunda semana de outubro e suas tradicionais palestras de moda enfatizaram que a principal tendência de moda é a de abraçar a pluralidade. De corpos, de estilo, de momento de uso, de idade e de gêneros. Como não dá para atender todas as expectativas, a moda precisa confiar na ciência dos dados para identificar o perfil de quem compra as roupas que vende.
No resumo da ópera, no momento, pode tudo, o justo e o largo, curto e longo, cintura alta e baixa, cortes rígidos e assimetrias, jeans escuro e claro. Pode saia, vestido, colete, camisa, jaqueta, casaco, shorts, bermuda, e assim por diante.
CORES
Para quem está pesquisando cartela de cores para as próximas temporadas o GBLjeans recomenda a leitura de:
:: WGSN + Coloro AW 2026-2027
:: WGSN + Coloro SS2026
:: WGSN + Coloro SS2025
:: Pantone AW2025
:: Pantone SS2025 :
foto: imagem criada ferramente de IA apenas a título de ilustração.