As váriações no tema denim aumentam a cada estação
O Brasil é um país altamente consumidor de denim em peças de vestuário. Por isso, o químico têxtil e professor do curso de Design Têxtil do Centro Universitário Belas Artes, Wesley dos Santos Paixão, juntamente com os alunos, teve a idéia de aplicar o denim em peças e objetos do dia-a-dia. Cortina, almofadas, banco de automóvel, colcha, roupão e outras peças foram feitos ou revestidos com denim.
Para divulgar os trabalhos, eles pretendem realizar uma exposição ainda este mês, na Belas Artes, em São Paulo (SP). Wesley trabalha com jeans desde 1994 e achou que estava na hora de inovar. “Pensamos em revitalizar o segmento do jeans e inserí-lo em outras áreas além da moda”, diz o professor.
Ele não sabe exatamente quantas peças foram criadas, mas consegue descrevê-las detalhadamente. “Criamos uma colcha para casal que se transforma em barraca de camping. Como ela vai ficar exposta ao tempo, recebeu um revestimento de fluorcarboneto, que tem a capacidade de repelir a água”, conta.
A turma também criou uma cortina diferente das comuns. A peça desenvolvida tem bolsos que podem abrigar i-Pod ou similares; tem estrutura para acomodar um ponto de rede wireless ou fios que passam por dentro da cortina e permitem a conexão com caixas acústicas. “A cortina sempre teve a função de isolar a luz excessiva e proteger do frio, mas, agora, ela ganha maior funcionalidade”, relata o professor.
Outros objetos têm dupla utilidade, como a almofada que também é porta-livro e o roupão de banho que vira trench-coat ou saia.
Segundo o professor, no geral, o custo da produção das peças foi baixo. O banco automotivo foi o que teve o custo mais alto, de R$ 900,00, pois passou por um processo de preparação para desbote e aplicação da estampa. Apesar de utilizar tecnologia, a cortina teve um custo de R$ 200,00, que pode ser considerado baixo analisando as diversas funções do objeto.
Em todas as peças, o denim tem um acabamento especial, como glitter, gel, escovado, tingimento “sujo” e polido, aplicação de estampas. A maior parte dos processos foi realizada no laboratório da própria faculdade.