Bolsas saídas de tear manual

Empresa da Zona da Mata mineira lança coleção com 19 modelos, vendidos com sua própria marca ou criados sob encomenda

 

Pela mistura de técnicas antigas e acabamento caprichado, a Baião d-2 criou uma coleção inteira, entre bolsas grandes e pequenas, mochilas, sacolas. São ao todo 19 modelos, que usam tecido produzido em tear manual. É uma etapa nova para esta empresa que começou há três anos fornecendo cintos, bolsas e mochilas de couro, lona ou poliéster para a Scanner, a segunda marca da Vilejack Jeans, e para a Trilhas e Quilhas.

“Começamos com uma produção pequena de bolsas feitas em tear manual para atender a demanda regional”, conta João Fabrino Baião Filho, diretor da empresa, localizada em Cataguases, cidade da Zona da Mata mineira, onde funcionam atualmente quatro tecelagens grandes. A boa aceitação dos produtos animou a empresa a dar um passo em direção ao mercado de São Paulo, para fornecer modelos com a sua própria marca ou com a do cliente. Para tanto, adquiriu mais três teares manuais, que entram em produção este mês.

Com o primeiro, a fábrica tem capacidade para produzir 400 bolsas. Baião Filho acredita que como os teares comprados são maiores será possível manter um volume de produção de 2 mil itens. “Só com um turno”, destaca o empresário, que emprega atualmente dez pessoas e se prepara para contratar mais seis. Ele comprou teares usados e retirou os motores, de modo a aplicar a habilidade da mão-de-obra local em tecer bolsas.

Junto com o Sindicato Rural da região e técnicos da Emater, Baião Filho discute a viabilidade de desenvolver tecido da taboa produzida por uma comunidade local para usar na confecção das bolsas que produz. Além dos aspectos econômicos, o projeto depende de estudos mais detalhados sobre o beneficiamento da taboa, como técnicas para evitar a proliferação de carunchos.