Voltados para micro e pequenas empresas, cadernos do Senai e do Sebrae destacam a necessidade de imprimir as digitais do país nas coleções e ter observação aguçada sobre o comportamento do consumidor
A apropriação das riquezas culturais para construção de uma identidade sólida capaz de traduzir a moda brasileira é o desafio colocado aos micro e pequenos empresários do setor de confecções pelas entidades Sebrae e Senai. Já na sétima edição dos cadernos de tendências, as entidades recorreram a novas abordagens para tratar as direções de moda no outono/inverno 2008.
Ontem, 8, o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) lançou o Caderno Alma Brasileira – Inspiração e Tendências para Design de Moda Outono/Inverno 2008, com tiragem nacional de 5 mil exemplares, dos quais 1,5 mil serão enviados para confecções do estado de São Paulo. A cada estação são realizadas pesquisas de campo nos principais mercados. O resultado é um guia que a entidade espera venha suprir o que considera a principal carência do segmento, a falta de informação.
As novas propostas em cores, formas e materiais foram traduzidas de maneira a enfocar a pluralidade cultural brasileira através dos temas: Sonho Intenso, Margens Plácidas, Impávido Colosso e Terra Adorada, expressões retiradas da letra do Hino Nacional. Estudantes e empresários lotaram o Teatro Popular do Sesi, localizado no prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Pulo), para o lançamento, que antes acontecia na unidade do Senai no Bom Retiro.
Uma semana antes, o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) , em parceria com o Senai-Cetiqt, lançou na capital paulista o Caderno Multissegmentos – Inspirações para o Design de Moda / Inverno 2008 que, a partir desta edição, toma como referências para criação as atitudes, os valores e os estilos de vida dos consumidores. Ao que tudo indica, a construção da identidade da moda nacional se dá, também, voltando o olhar para as ruas e hábitos do brasileiro.
Segundo Kátia Pires, coordenadora do trabalho e gerente do Instituto de Design Senai/Cetiqt, é preciso descobrir quem é o consumidor e o que ele quer vestir. “O que consideramos, desde a primeira vez que editamos o caderno, é fixar a identidade nacional para a moda. Usamos as passarelas internacionais apenas como referência, pois nem tudo que é mostrado lá fora é aceito no Brasil”, esclarece.
De acordo com o vice-presidente da Fiesp, Elias Miguel Haddad, iniciativas como o caderno de tendências do Senai representam uma ferramenta para que as pequenas empresas da cadeia têxtil desenvolvam coleções alinhadas com o cenário internacional, especialmente da Europa. “Nesse sentido, a publicação provoca os profissionais brasileiros a buscar uma identidade local para uma moda adaptada aos costumes e à cultura nacional, levando em conta as especificidades de nosso clima, o tipo físico e o gosto dos consumidores brasileiros”, finaliza.
As publicações contemplam as categorias acessórios, infantil e bebê, praia, fitness, jeans, lingerie,
feminina e masculina. Os cadernos têm distribuição gratuita e são entregues aos empresários durante as palestras de lançamentos. O cronograma completo das apresentações do Senai está disponível pelo site www.sp.senai.br.
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