Empresa brasileira poderá comprar outros 15% até 2028, alterando o controle acionário.
Em novo movimento no mercado de fibras têxteis, a brasileira Suzano, líder na prodção de celulose, anuncia que compra 15% do capital da austríaca Lenzing, tradicional fabricante de fibras celulósicas obtidas de florestas certificadas. Com conclusão prevista até o final deste ano, a transação está estimada em €229,9 milhões (algo em torno a R$1,3 bilhão). Pelo acordo firmado, a empresa brasileira poderá adquirir até 2028 outros 15% do fabricante austríaco, alterando o controle acionário.
A operação foi negociada com a B&C Holding Österreich GmbH, controladora da Lenzing, e representa participação acionária minoritária. O negócio depende de aprovações dos órgãos reguladores da Áustria. “O objetivo da Suzano com a aquisição da participação minoritária da Lenzing, como parceira da B&C, é buscar conhecer profundamente, aprender e acompanhar o negócio da Lenzing antes de decidir pela aquisição do controle da companhia”, afirma a companhia brasileira em comunicado a seus investidores.
Ainda de acordo com o informe, a Lenzing apresenta capacidade de produção de 1 milhão de toneladas por ano em fibras à base de madeira, como liocel, viscose e modal. São fbras utilizadas em várias aplicações, incluindo roupas, têxteis para o lar, produtos de higiene e materiais não tecidos.
Conforme o balanço financeiro, a receita líquida da Suzano atingiu em torno de R$40 bilhões em 2023. O faturamento da Lenzing em 2023 registrou o equivalente a R$14,7 bilhões.
WOODSPIN
A compra de participação acionária na Lenzing não é a primeira incursão da Suzano no mercado têxtil. Antes disso, em 2021, criou a Woodspin junto com a filandesa Spinnova, que detém a tecnologia de produção de fibra têxtil a partir de nanocelulose sem emprego de produtos químicos nocivos ao meio ambiente.
Em 2023, a Woodspin inaugurou a primeira planta industrial na Finlândia, com capacidade para mil toneladas por ano. Recentemente, a Spinnova divulgou comunicado em que informa estar em negociação para venda da tecnologia de produção para a Suzano com vista a erguer uma segunda planta industrial da Woodspin, desta vez, no Brasil.
foto: divulgação Lenzing (crédito Markus Renner)
