Aumento da receita deverá ser sustentado sobretudo pela expansão do volume de jeans produzido, que hoje representa 9%
Com cinco anos de mercado, a Black West prevê manter o ritmo de expansão. A meta para 2018 é aumentar o faturamento em 20% sobre 2017, quando a marca paulistana registrou R$ 40 milhões em receita, informa Eduardo Cristian, que fundou a empresa junto com Julio Zhou, também um dos sócios da malharia XT Têxtil. Segundo o empresário, o crescimento será sustentado sobretudo pela participação do jeans nas vendas. Atualmente, peças em denim e sarja respondem por 9% da média de 120 mil peças comercializadas por mês pela marca e corresponderam a 15% do faturamento do ano passado.
O objetivo é praticamente dobrar a produção de jeans em 2018, para chegar a 20% do total, atingindo em torno de 24 mil peças de denim ou sarja por mês. “O jeans é nossa linha de maior valor agregado”, diz Cristian, para explicar como a empresa espera crescer 20% em faturamento este ano, sem ampliar a produção total. Sem operar no modelo de coleção, a Black West lança de quatro a cinco modelos por dia. “Nossa programação é lançar um jeans diariamente”, afirma o diretor. Calças jeans são vendidas no atacado por preço que varia de R$ 59 a R$ 89.
A linha da marca totaliza em torno de 600 modelos, entre camisetas, pólos, camisas, jaquetas, peças em moletom, além de acessórios, de bonés a calçados, passando por bolsas, mochilas e cintos. O sistema de vendas é de pronta entrega. Para sinalizar a mudança de estação, com novas cores, modelos e lavagens, a Black West cria novo ambiente no showroom localizado ao lado da fábrica no Pari, bairro vizinho ao Brás na capital paulista. E lança o catálogo, que nesta temporada anunciada a semana passada tem os modelos Caio Alves e Pablo Roberto, fotografados por Filipe Andrade.
VOCAÇÃO PARA O MASCULINO
A Black West, que começou como marca de moda masculina, decidiu em meados do ano passado lançar linhas para mulheres e crianças. Voltou atrás na decisão, para se concentrar no universo dos homens. A fim de ganhar participação no mercado, a marca investe também no varejo. Tem cinco lojas próprias na região metropolitana de São Paulo abertas nos últimos dois anos, localizadas nos shopping centers Metrô Tatuapé, Móoca Plaza, Grand Plaza (em Santo André), Osasco Plaza e o outlet ao lado da fábrica.
Em dois anos, pretende abrir mais 23 lojas de varejo para somar 30 pontos de venda na Grande São Paulo. Fora dessa região, a Black West opera com lojas monomarcas mediante contratos com parceiros comerciais, basicamente multimarcas que adotaram o novo modelo, diz Cristian. Atualmente, são 30 lojas monomarcas em cidades como Brasília, Divinópolis, Pará de Minas, Petrolina,
Jundiaí, Taguatinga, Itaúna e Anapólis. A previsão é chegar a cem lojas nesse modelo até 2020.
De acordo com Cristian, a expansão deverá consumir em torno de R$ 10 milhões por ano para aumento de produção, de estoque, compra de matéria-prima, abertura de lojas de varejo. A loja da rua Joli, no Brás, e o showroom funcionam como pronta entrega para o atacado, canal formado por cerca de mil multimarcas. “Em sete anos, até 2025, quero ser a maior marca de moda masculina do Brasil”,
MODELO INDUSTRIAL
Em 2013, quando foi fundada, a Black West ocupava uma sala dentro do prédio da XT Têxtil. Começou fazendo 3 mil peças que foram vendidas para dois clientes. Os saltos de produção foram grandes, ressalta Cristian. A ponto de a empresa comprar o terreno ao lado da fábrica e erguer um prédio de cinco andares e o outlet, ocupando área de 11 mil metros quadrados, inaugurada em 2015, ressalta o diretor.
O investimento nesse projeto somou R$ 18 milhões, afirma Cristian, dos quais R$ 8 milhões em obras civis, bancados com recursos próprios, salienta o empresário. Os outros R$ 10 milhões, acrescenta, foram para compra de equipamentos e da frota de transporte, com seis veículos, e para isso a empresa usou linha de financiamento do BNDEs.
Internamente, a empresa confecciona camisetas, pólos e peças em moletom com tecido da própria XT, além das camisas. Importa bolsas e cintos, mais vestuário, como jaquetas mais pesadas de frio. Terceiriza a produção de acessórios, como calçados, e a do o jeans. Os itens fashion, que dão a cara da marca, respondem por 10% da produção, explica o diretor. A marca mantém estoque grande formado por peças clássicas e básicas, atemporais, para atender o comportamento atual da multimarcas de comprar menos e mais vezes.
Para o jeans, a marca mantém peças semi-acabadas. Na sarja, são em PT, prontas para serem tintas nas cores do momento. Os modelos em denim também ficam prontos à espera de receber os efeitos da moda. Cristian avalia que esse tipo de controle da produção garante ter o produto certo, no tempo certo.
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