Essa foi a maneira encontrada para driblar o fantasma das vendas sazonais de um fabricante de mantas e cobertores
A Textilcooper, cooperativa de Santo André cidade do ABC paulista, realiza hoje, 13, um desfile para lançar a coleção de roupas, a mais nova aposta da organização. O desfile será na unidade do Sesi na região e espera chamar atenção dos comerciantes locais.
A história da Textilcooper começa em 2001 com o fechamento da fábrica de cobertores Randi. Inconformados com o desemprego, 90 cooperados, a maioria mulheres, decidiram assumir a gestão da empresa. Para a reestruturação, a prefeitura de Santo André liberou recursos e o Ministério do Trabalho contribuiu doando um tear circular. Hoje, a cooperativa agrega 60 cooperados.
Loide Veiga, presidente da Textilcooper, afirma que o trabalho como cooperada é muito gratificante. “Apesar de trabalhar muito, hoje eu ganho mais do que ganhava antes e não ter patrão é muito bom”, revela.
A Textilcooper decidiu apostar em confecção porque a fábrica só tinha faturamento até o mês de junho. A empresa vende basicamente cobertores e mantas e, por isso, os lucros ficam prejudicados no segundo semestre com a chegada do calor.
As roupas começaram a ser produzidas em julho. Os tecidos usados na coleção – sarja, lona e malhas – são pela própria cooperativa que comprou máquinas de costura e contratou uma costureira e uma modelista para a nova fase. A expectativa com os novos produtos é aumentar em 15% o faturamento de 2005 que foi R$4 milhões.
No desfile, cerca de 30 looks serão apresentados, entre blusas, calças, bermudas e saias. As modelos serão as filhas das próprias cooperadas e integrantes de escolas de samba da região. Os calçados e acessórios que aparecerão nos desfiles são feitos por outras cooperativas. “Credito o sucesso do nosso empreendimento às nossas parcerias. Não temos a estrutura de uma empresa que dispõe de linhas de crédito para conseguir capital de giro, contudo, os impostos são os mesmos. A luta por melhores condições é constante. Nosso lema é lutar sempre, desanimar nunca”, enfatiza Loide.