Empresas destinam recursos à saúde

Renner anunciou doação de R$ 4 milhões; outras ações envolvem Grupo Lunelli, Grupo Malwee, Maria Filó, Century, TZE e a Moda da UEL.

Através do Instituto Lojas Renner, a companhia destinará um total de R$ 4,1 milhões. O dinheiro será empregado na compra de insumos para hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS), que atuem como centros de tratamento no combate a CoVid-19. Estão na lista cinco hospitais. Dois em Santa Catarina, o São José, de Criciúma, e o São Donato, de Içara. Outros dois hospitais de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o Conceição e o de Clínicas. Também será contemplado o InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP), da capital paulista.

“Estamos em contato direto com os hospitais, entendendo quais são suas maiores urgências. Nosso objetivo é mobilizar os recursos que temos e apoiar a sociedade de forma contínua”, declarou em comunicado à imprensa Fabio Faccio, diretor-presidente da Lojas Renner. Conforme o executivo, as iniciativas serão reavaliadas constantemente e poderão ser ampliadas nas próximas semanas.

UNIÃO DE ESFORÇOS

Ele também propôs união entre empresas para pensar ações de apoio em conjunto. “Teremos um resultado ainda melhor se atuarmos em rede e unirmos esforços em uma grande corrente de solidariedade, com o objetivo de cuidar daqueles que mais precisam de nós neste momento. Por isso, estamos à disposição das autoridades e de outras empresas que queiram construir em conjunto outras alternativas de apoio”.

A companhia ainda explica que parte do valor será reservada para a comunidade do bairro Bom Jesus, em Porto Alegre, próximo à sede administrativa. Ali vivem aproximadamente 35 mil pessoas. Inicialmente, a intenção é dar assistência às famílias com crianças e adolescentes que já são atendidos por nove organizações da sociedade civil e pelos serviços de Assistência Social da região. Outra iniciativa será assegurar a renda mínima de recicladores do Centro de Educação Ambiental (CEA) e costureiras.

CEDRO DOA TECIDOS

Fabricante de denim e sarja, a Cedro Têxtil doou 20 mil metros de tecidos ao governo do estado de Minas Gerais. De acordo com a empresa, os artigos serão empregados para produzir itens de saíde, destinados a hospitais, como lençóis e fronhas, além de uniformes e outros artigos de vestuário.

DOAÇÕES DE MÁSCARAS

O Grupo Malwee informou a doação de cerca de 5 mil itens de material hospitalar descartável. Serão entregues ao Hospital e Maternidade Jaraguá, que se prepara para receber casos de Covid-19. São toucas e aventais costurados pelas confecções Sperafico e Thailua, ambas de Jaraguá, em Santa Catarina. Também vai doar 900 máscaras descartáveis de seu próprio estoque. Serão destinadas a hospitais de Jaraguá e para o Hospital de Pomerode, outra cidade catarinense.

O Grupo Lunelli anunciou que produziu 30 mil máscaras de tecido destinadas a profissionais de saúde e segurança pública. Antes disso, comprara dez respiradores mecânicos, doados ao hospital São José, de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina.

A têxtil catarinense TZE foi outra empresa que decidiu produzir máscaras de tricoline para auxiliar na prevenção do Coronavírus. São 1,5 mil máscaras para serem distribuídas a colaboradores da empresa, em asilos e postos de saúde de Pomerode (SC), onde fica a sede. A TZE usou tricoline 100% algodão, devido à resistência do tecido. “Ao mesmo tempo é leve e permite que a pessoa respire sem sufocar. Lavável e reutilizável, a máscara é dupla e por isso aumenta a proteção”, garante a empresa. Mas, alerta que a máscara não impede a contaminação por qualquer vírus, funcionando como uma barreira adicional de cuidado.

PRODUÇÃO DE ITENS DE PROTEÇÃO NO PARANÁ

A Century Indústria e Comércio de Estofados foi outra empresa a se engajar em ações de combate à contaminação pelo coronavírus dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente do atendimento. Decidiu interromper a produção regular abrindo espaço para confeccionar toucas, aventais e lençóis que serão doados a hospitais públicos e universitários da região de Maringá. A expectativa é produzir cerca de mil unidades diárias, em média, a partir desta semana.

“Acreditamos que o senso de coletivo é fundamental e, por isso, vamos converter estrutura para fornecer materiais para os hospitais, a fim de minimizarmos os impactos na saúde coletiva. Cuidar das pessoas sempre foi um valor da nossa empresa, e não poderia ser diferente neste momento”, afirmou em comunicado à imprensa o diretor e sócio da Century, Julio Samorano. A planta produtiva da empresa fica em Sarandi, produzindo cerca de 150 sofás por dia, e emprega 250 funcionários da região de Maringá.

Professores do curso de Moda da UEL (Universidade Estadual de Londrina) também tiveram iniciativa de montar grupos voluntários para produzir máscaras, seguindo as orientações técnicas de proteção; roupas e aventais para médicos, enfermeiros e auxiliares. As empresas doam tecidos, entre outros insumos. Ou dedicam produção e serviços de entrega para fazer chegar os materiais, sobretudo, ao Hospital Universitário. O grupo inclui costureiras voluntárias.

Iniciativa semelhante está em curso no departamento de enfermagem da UEL. A lista de necessidades inclui:

.: tecidos: brim na cor laranja (preferência) para confecção de avental; cretone percal azul claro (preferência) para uniforme privativo; cretone percal branco (preferência) para pijamas (o conjunto de calça e blusa de médicos e enfermeiros) e para camisolas de pacientes; TNT para as toucas.

.: insumos: linha 100% sintética; 4 mil botões para os pijamas (quatro mil botões).

.: serviços: corte das peças; facção; mão-de-obra de costureiras profissionais (com máquina overloque e interloque); e mão-de-obra de costureiras de casa.

MARIA FILÓ ARRECADA CESTAS BÁSICAS E RESERVA FAZ MÁSCARAS

No Rio, a marca de moda feminina, a Maria Filó iniciou campanha entre seus seguidores para ajudar a ONG Ação da Cidadania. O objetivo é arrecadar e distribuir cestas básicas para famílias de comunidades carentes. Por enquanto, serão beneficiadas comunidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Brasília. As cestas incluem 3kg de feijão, 3kg de arroz, 1 kg de macarrão, 1 kg de farinha, 1 kg de açúcar, 1 lata de óleo e 2 sabonetes.

A Reserva informou que produzirá em suas fábricas e na de parceiros 10 mil máscaras de proteção. Os itens serão distribuídos entre as comunidades carentes do Rio de Janeiro. Segundo a marca, as máscaras foram desenvolvidas de acordo com recomendações de uma médica pneumologista consultada pela empresa.