Recicla Jeans fará campanha para arrecadar matéria prima

Projeto social da Ong Florescer, da comunidade de Paraisópolis, na capital paulista, trabalha com peças usadas e retalhos de tecido para a confecção de vestuário, brindes e decoração.

A Ong Florescer, da comunidade de Paraisópolis, na capital paulista, luta para manter seu projeto social de maior visibilidade, o Recicla Jeans, em funcionamento. A oficina, fundada em 2003, trabalha com retalhos e jeans usados produzindo peças de vestuário e decoração. “Neste ano vamos lançar uma campanha para aumentar nosso estoque de matéria prima, além de levar à frente a ideia de espalhar células de costura pela comunidade e franquias sociais em outros pólos têxteis no país”, afirma a fundadora da Ong, Nádia Rubio Bacchi.

O Recicla Jeans já teve duas oficinas em Paraisópolis com 20 costureiras. O fim de algumas parcerias e a escassez de matéria prima reduziu o projeto a um ateliê de costura com cinco profissionais, além do reforço eventual de outras pessoas quando recebe encomendas maiores. O projeto já contou com parcerias com confecções e com um fabricante de denim até 2009, que fornecia 300 quilos de tecido por mês. Hoje, as campanhas para a doação de retalhos de jeans são feitas de maneira informal, boca a boca, e pedidos por WhatsApp aos amigos da Ong. “O ideal seria um apoio mais constante das confecções do Bom Retiro, por exemplo, que ao invés de descartar e poluir o ambiente, pudessem direcionar sobras para projetos de reciclagem já estabelecidos”, afirma a executiva.

Entre os parceiros atuais do Recicla Jeans está o Instituto C&A que fornece uniformes usados e contrata a confecção de brindes. No ano passado, entre outras encomendas, o projeto produziu 5 mil sacolas para os supermercados O Dia e Pão de Açúcar. No segmento de decoração, exportou itens para a churrascaria Cabana, em Londres, no Reino Unido.

O projeto já teve uma loja no Shopping D, fechada em 2009, e hoje busca um novo ponto de venda próximo à Paraisópolis, além de vender as peças pelo site da Ong Florescer. “Nosso sonho é contar com duas oficinas, uma dedicada ao vestuário e outra para projetos de decoração, brindes e acessórios, para atender a demanda de eventos e feiras”, diz Nádia. Outra ideia da executiva é espalhar células de trabalho na comunidade de Paraisópolis, onde as costureiras poderiam receber encomendas da Ong e trabalhar em suas casas.

Neste ano, Nádia planeja difundir e replicar a experiência do Recicla Jeans em franquias sociais que poderiam ser abertas em polos têxteis em todo o país. “Recebemos consultas da cidade de Bom Jardim, em Pernambuco, e de Natal, no Rio Grande do Norte, que não foram em frente por uma série de motivos, mas o potencial é grande. Muitos municípios têm interesse em dar uma destinação ecológica ao seu resíduo têxtil e gerar renda para as comunidades”, ressalta Nádia.
Neste ano ela aposta em uma parceria com a Brasil Foundation que investe em negócios sociais e fará uma visita técnica à Ong em março. Além Recicla Jeans, a Ong Florescer oferece cursos gratuitos como dança, inglês, caratê e reforço escolar atendendo em torno de 350 crianças.

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