Coronavírus não afeta produção local

Enquete da Abit aponta que quase 80% das empresas não sentiram o impacto e outros 20% anotam aumento de custo e de demanda interna.

 

Enquete da Abit aponta que quase 80% das empresas não foram afetadas e outros 20% anotam aumento de custo e de demanda interna.

Diante do avanço do surto de coronavírus, que chegou ao Brasil em fevereiro, a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) preparou uma enquete entre seus associados para saber qual o impacto no setor. Constatou que 77,4% das empresas consultadas afirmam que a produção delas não foi afetada até o momento. Outros 22,6% detectaram quatro grandes efeitos da epidemia sobre o processo produtivo. Dos que responderam sim para o impacto, a maioria (71,43%) afirma que o abastecimento de insumos foi afetado.

Outros 64,29% já enfrentam aumento no custo dos insumos para produção. Segundo a enquete, 35,71% detectaram aumento de demanda, em indicação de um possível movimento por substituição de importados. Uma pequena parcela (7,14%) diz que o escoamento da produção até os clientes foi afetado.

Entre as empresas que não sentiram os efeitos na produção, 62,2% avaliam que pode haver algum impacto nos próximos meses. Para 37,78%, nada deverá mudar nos próximos meses.

DÓLAR CARO

A enquete da Abit incluiu pergunta sobre a valorização do dólar americano sobre o real, que tem mantido a escalada. No final da semana passada, a cotação ultrapassou a marca de R$ 4,50. A avaliação de 37% das empresas é de que o real desvalorizado melhora a competitividade porque há redução das importações de produtos acabados, ao mesmo tempo que favorece as exportações.

Já 44% consideram negativo o aumento persistente do valor do dólar em relação a real. Para esses, com o dólar em alta, há aumento no custo de matéria-prima, insumos e equipamentos, sem possibilidade de repasse de preços.

Na visão de 19% das empresas, o dólar mais caro não afeta a produção, nem altera as forças de mercado, com eventual redução dos importados.