Elas ocupavam 75% dos 180 mil postos de trabalho perdidos no mercado de têxteis e vestuário ao longo do primeiro semestre.

Entre comércio e indústria, o Brasil viu desaparecerem 180.229 mil postos de trabalho no primeiro semestre do ano. É um saldo
cinco vezes maior que as vagas perdidas no primeiro semestre de 2019. A devastação do emprego com carteira assinada provocada pela pandemia de covid-19 atingiu em cheio o trabalho feminino. Do total de postos fechados, 75% eram ocupados por mulheres, mostra o levantamento feito pelo GBLjeans a partir dos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).Maior empregador na indústria, o segmento de confecções de vestuário eliminou 57.637 vagas formais com carteira assinada. Dessas 42.386, eram ocupadas por mulheres.
Entre os fabricantes têxteis, o impacto é inverso. A redução atingiu 13.331 empregos, dos quais 4.571 exercidos por mulheres. No setor, os mais comprimidos foram os homens, com corte de 8.760 vagas.
No comércio, o varejo de vestuário fechou 105.925 postos de janeiro a junho. Corresponde a duas vezes mais que os 48 mil eliminados no primeiro semestre de 2019. Do saldo negativo do varejo, 84.833 eram vagas ocupadas por mulheres e 21.092, por homens.
Se o atacado de vestuário registrou saldo positivo nos primeiros seis meses do ano passado, com 23 vagas abertas, em 2020 a covid-19 mudou o cenário. O primeiro semestre do ano acumula 3.336 postos fechados, dos quais 2.304 preenchidos por mulheres e 1.032 por homens.
Para o comércio, os piores meses para os empregos foram março e abril, quando a maior parte das lojas permaneceram fechadas no país. Em consequência dessa paralisação, os piores meses para o trabalho na indústria foram abril e maio.
SINAIS DE RETOMADA
Em junho, dois segmentos abriram mais vagas formais do que fecharam. A indústria têxtil criou 33 empregos com carteira assinada. O atacado de vestuário abriu 311 postos. Para 235 deles, contratou mulheres.
A drástica redução entre março e maio desacelerou em junho entre as confecções de vestuário. Ainda assim, em patamar elevado. As confecções fecharam 7.608 vagas em junho. O varejo apresentou perfil semelhante de desempenho para o trabalho, tendo cortado 6.351 postos em junho.
NÍVEL DO EMPREGO NO BRASIL
O Brasil fechou 10.984 vagas de emprego formal em junho, segundo o Caged. “Número inferior ao registrado em maio, quando o saldo negativo foi de 350.303”, destacou o governo ao divulgar o balanço do mês. Nem todos os setores da economia tiveram o mesmo comportamento.
- Agropecuária 36.836
- Comércio -16.646
- Construção Civil 17.270
- Indústria -3.545
- Indústria de Tranformação -2.510
- Serviços -44.891