Vendas caíram 17%, a maior retração no comércio brasileiro no mês, mostra IBGE.

A retomada do comércio brasileiro como um todo perdeu fôlego. A Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra em julho recuo das vendas pelo terceiro mês consecutivo. A maior queda foi registrada no varejo de moda. Nessa atividade, a retração no volume de vendas atingiu 17,1%. Até mesmo a receita
nominal caiu 4,3% em relação a junho.Com esse resultado, as lojas de vestuário, calçados e tecidos enfrentam o segundo mês consecutivo de vendas em queda, tanto em volume quanto em receita. E, de novo, amargam a maior retração do comércio brasileiro entre as dez atividades monitoradas pelo IBGE para a pesquisa.
“Algumas das grandes cadeias comerciais apresentaram redução na receita, sobretudo na parte de calçados. Além disso, pode haver também escolhas do consumidor, considerando a redução da capacidade do consumo atual”, declarou em comunicado do IBGE, Cristiano Santos, gerente da pesquisa.
No informe, Santos faz a comparação com o nível pré-pandemia, e coloca o varejo de moda entre as atividades no patamar abaixo, com queda de 25,6%.
Como um todo, o comércio brasileiro registra baixa no volume de vendas de 0,80% em julho na comparação com junho. A receita retrai 1,60% no mesmo confronto.
ACUMULADO DO ANO
Até julho, o varejo de moda registra alta acumulada de 11% em volume de vendas e de 26,8% em receita nominal, na comparação com igual período de 2021.
São índices menores que os acumulados no primeiro semestre, mostrando desaceleração nas vendas.
O desempenho do comércio como um todo de janeiro a julho mostra crescimento de 0,40% em volume e de 15,9% em receita.
ACUMULADO EM 12 MESES
Nos últimos 12 meses até julho, o varejo de moda também emite sinais de que perde fôlego. Em moda, o avanço no período é de 4,8% em volume, contra 9,30% até junho.
Da mesma maneira, a receita nominal da atividade sobe 16,90% nos últimos 12 meses até julho, contra 20,90% até junho.
O comércio em geral mostra novamente queda em 12 meses, acumulando até julho baixa de 1,80% no volume de vendas. Mas assinala aumento de 12,70% em receita nominal.
DESEMPENHO NOS ESTADOS
Entre os 11 estados, além do Distrito Federal, que são destaque da Pesquisa Mensal de Comércio, Rio de Janeiro e Santa Catarina continuam como os únicos que acumulam queda no varejo de moda para o volume de vendas. Mas com receita ainda em alta apenas em Santa Catarina.
Já pela análise do acumulado dos últimos 12 meses, o levantamento realizado pelo GBLjeans mostra que em três estados (Rio de Janeiro, Santa Catarina e Minas Gerais) mais o Distrito Federal enfrentam queda no volume de vendas no período. Só o Rio de Janeiro apresenta queda de receita no varejo de moda.
O levantamento reforça ainda outros sinais desaceleração. Na Bahia, por exemplo, o volume de vendas das lojas de vestuário, calçados e tecidos que ultrapassara os 20% em 12 meses até junho, recuou para 10,50% até julho.
DETALHES NOS GRÁFICOS
Veja mais detalhes do desempenho do varejo de moda, clicando nas setas que levam a gráficos mostrando a variação mensal em comparação com o desempenho do comércio em geral.
Outras duas séries incluem a variação acumulada no ano e em 12 meses do varejo de moda em comparação com o comércio em geral.
Mais dois gráficos apresentam o comportamento do varejo de moda por estado, com variação acumulada no ano e nos últimos 12 meses até julho.