Depois da desaceleração verificada em julho, vestuário volta a registrar inflação, sem contudo acompanhar a média nacional de alta de 0,24%.
Itens de vestuário (roupas, tecidos e armarinho, calçados e acessórios, jóias e bijuterias) contribuíram para encarecer as despesas do consumidor brasileiro em agosto, depois da desaceleração expressiva observada em julho. “Perdeu o sinal de queda de um mês para o outro, mostrando o início da nova coleção no mercado ainda em convívio com as liquidações da estação anterior”, anota o relatório do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) sobre o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do mês, divulgado nessa sexta-feira, 06. O setor de vestuário apontou alta de 0,08%, ante a média nacional de 0,24%.
Roupas infantis foram as que mais pressionaram a alta. Passaram da queda de 0,35%, em julho, para aumento de preço de 0,72%. Apenas roupas femininas e calçados ficaram mais baratos: 0,37% e 0,11%, respectivamente. Os demais segmentos também subiram – roupas masculinas (0,40%), tecidos (0,10%) e jóias (0,78%). Entre as 11 capitais, onde o IBGE coleta os preços, Goiânia foi a cidade mais cara para comprar roupas, com aumento de 1,56%, generalizado entre todos os itens da categoria com exceção de roupas infantis (alta de 0,06%). Em contraposição, Porto Alegre registrou o maior corte, com deflação de 0,45%.
Apesar de mais cara, o índice de aumento registrado em agosto ficou bem abaixo das médias de outros meses – junho, por exemplo, foi de 0,50%, depois de 0,84%, em maio, e 0,65%, em abril. Em agosto, o comportamento dos preços de vestuário acompanhou o aumento de inflação geral. A média nacional foi 0,24%, depois da relativa estabilidade (0,03%) de julho. Eulina Gomes, coordenadora da pesquisa de índices de preços do IBGE, comentou que não é possível analisar agosto, sem falar de julho, mês que registrou a média mais baixa dos últimos tempos. Ela explicou que julho absorveu a redução das tarifas de ônibus. E agosto voltou a apresentar o mesmo patamar de inflação de junho (0,26%). Na avaliação dela, os preços de agosto já refletem a alta do dólar (caso de alimentos, como trigo, e eletrodomésticos) e de safra, como o leite.